África precisa de $ 25 milhões para implementar seus parques agrícolas
Addis Abeba, Etiópia (PANA) - São precisos 25.000.000 dólares americanos para a coordenação dos centros de investigação sobre estudos de identificação de zonas apropriadas para a implementação dos Parques Agrícolas Africanos Comuns (CAAP, sigla em inglês), defendeu em Addis Abeba a comissária da União Africana (UA) para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Duradouro, Josefa Correia Sacko.
A diplomata angolana fez esta revelação quando intervinha quarta-feira, em Addis Abeba, durante uma mesa redonada de investidores sobre o desenvolvimento dos parques agro-africanos comuns, evento lateral à Cimeira dos Chefes de Estados e de Governo da UA referente ao ano de 2023.
Nessa ocasião, Sacko garantiu que este programa tem o escopo de transformar coletivamente a agricultura do continente, implusionando a sua integração e industrialização.
“É um grande ponto de partida para alcançarmos a ambição do continente de triplicar o comércio intra-africano de bens e serviços agrícolas, tal como estipulado na Declaração Malabo, de junho de 2014, dos Chefes de Estado da UA. Estou convencido de que o podemos fazer”, vinvou a comissária pan-africana.
Os CAAP são cinco grandes zonas agro-industriais comuns transfronteiriças e corredores de abastecimento alimentar, que serão estabelecidas em áreas agro-ecológicas adequadas, em cada uma das regiões geográficas de África.
De acordo com a diplomata, cada zona será dominada por mercadorias agrícolas específicas, das quais serão desenvolvidas cadeias de valor continentais para produzir e processar mercadorias selecionadas, que podem ser comercializadas entre Estados africanos para compensar gradualmente a fatura de importação.
“A implementação dos CAAP já não é uma opção. E não permitiremos qualquer distração para a realização desta importante visão de África”, frisou.
A lista das mercadorias selecionadas para este fim e discutida pelo grupo de trabalho das CAAP inclui arroz, milho, trigo, cacau, inhame, mandioca, hortícolas, aviários e pecuários, segundo a diplomata.
Mencionou uma proposta de programa de 5.500.000 liderada pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), para apoiar a preparação de casos empresariais e estudos de viabilidade de projetos de demonstração dos CAAP já identificados.
Considerou que o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) terá um papel importante na implementação e promoção de iniciativas de desenvolvimento de zonas económicas especiais para o agro-negócio e dos CAPP a nível nacional.
Por outro lado, anunciou que, devido ao papel critico do setor privado neste processo, a UA está a trabalhar para designar dois campeões do setor privado para os CAAP, que irão liderar a promoção em toda África.
Referiu-se igualmente a um memorando de entendimento assinado entre a Comissão da União Africana (CUA), o Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD) e o Fórum para a Investigação Agrícola em África (FARA) a fim de mobilizar recursos financeiros com vista à implementação destas infraestruturas africanas comuns.
-0- PANA JF/DD 22fev2023