Agência Panafricana de Notícias

África não avança sem estabilidade nem unidade, diz Kadafi

Kampala- Uganda (PANA) -- África não pode progredir sem estabilidade nem unidade, declarou em Kampala o guia líbio, Muamar Kadafi.
Falando durante o programa "Estúdio da Paz", que produz documentários por conta do Conselho de Segurança e Paz (CSP) da União Africana (UA), Kadafi alertou para ingerências estrangeiras.
Ele recordou que a Líbia e o seu povo já tinham desejado (em 2009) que o ano 2010 fosse declarado "ano da paz e segurança em África", sua terra.
Kadafi reiterou o compromisso da Líbia de respeitar esta orientação.
O guia líbio sublinhou estar pessoalmente na origem dos esforços visando a instauração da paz no espaço da Comunidade dos Estados Sahelo-Sarianos (CEN-SAD).
Ele evocou nessa ocasião a situação no Sudão, nomeadamente a crise que abala a sua província ocidental de Darfur.
"Tentámos extinguir o incêndio pouco a pouco", referiu-se, sublinhando que, quanto ao Sul Sudão, a questão depende dum referendo.
"Aconselho aos Sulanos a ficarem no seio do grande Sudão em vez de estar num pequeno Estado no sul".
disse.
No tocante à Somália, o guia Kadafi indicou que "se trata de um conflito interno, confissional e difícil de resolver a breve trecho, visto que, disse, o movimento rebelde Shebab é diferente de outras rebeliões registadas.
Ele disse recear que este conflito persista, aconselhando consequentemente muita cautela na busca de soluções.
Quanto à situação na Guiné-Conakry, o líder líbio indicou que as coisas vão no bom sentido, à semelhança da Mauritânia, onde "momentos dificéis passaram" e do Níger que já vai organizar eleições.
Porém, ele deplorou os golpes de Estado ocorridos nestes país contra Presidentes democraticamente eleitos.
Falando do resto de África, Kadafi afirmou que a situação está boa, nomeadamente nos Grandes Lagos, onde a situação melhorou após esforços envidados para se pôr fim aos combates nesta região.
A cimeira especial da UA, realizada a 31 de Agosto, sob a presidência do guia líbio, tinha decidido proclamar o ano 2010 "ano da paz e segurança no continente africano", recorde-se.