África do Sul comemora confrontos históricos de Soweto
Cidade do Cabo, África do Sul (PANA) - A África do Sul comemorou terça-feira o 44º aniversário dos confrontos de Soweto, que provocaram uma revolução que conduziu à libertação de Nelson Mandela e ao fim do apartheid, em 1990.
A 16 de junho de 1976, milhares de jovens desfilaram em massa para o estádio de futebol dos Orlando Pirates, quando a Polícia matou a tiro Hector Peterson, de 13 anos de idade.
A violência propagou-se rapidamente, enviando uma mensagem de que a revolução estava oficialmente em marcha e que era necessário fazer-se algo para domar uma terra que perdeu o seu caminho.
Era o início do fim do regime da minoria branca e as chamas, como previra Peter Gabriel, subiam cada vez mais.
O Presidente Cyril Ramaphosa declarou que o aniversário deste ano decorria "num ambiente de grande ansiedade e perturbação", referindo-se à pandemia da covid-19 que matou centenas de milhares e infetou milhões de pessoas no Mundo.
Ele pediu aos jovens que lutem contra os abusos e assassinatos de mulheres e crianças.
"As mulheres no nosso país não se sentem em segurança nas suas casas, locais de trabalho e locais de culto. Esta é uma situação totalmente inaceitável e deve parar. Os jovens devem ser mais ativos na luta contra a violência baseada no gênero”, afirmou.
Cyril Ramaphosa também evocou a morte do afroamericano George Floyd e felicitou os pais e alunos que denunciam o racismo, na África do Sul.
Numa entrevista concedida no quadro deste aniversário, o ex-Presidente, Jacob Zuma, sublinhou que estava contrariado de ver os Africanos serem "instrumentos de brancos".
"É absolutamente problemático para mim ver Africanos que são médicos, professores, mas ainda pensam como brancos. O problema que tenho não é apenas que eles pensam como brancos, mas eles tornaram-se seus instrumentos e isto me mata”, frisou.
-0- PANA CU/MA/AKA/JSG/SOC/MAR/IZ 16junho2020