PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
África Subsariana região mais afectada por mudanças climáticas
Por Fred Cawanda- Enviado especial da PANA Abidjan, Côte d'Ivoire (PANA) -- A África Subsariana é a região do continente mais exposta aos efeitos nefastos das mudanças climáticas pela sua vulnerabilidade ecológica agravada por uma má situação socioeconómica, segundo especialistas do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
A baixa capacidade de adaptação da região aliada à sua elevada dependência de recursos naturais e de uma agricultura condicionada pelas chuvas são apontadas como outros fatores que agravam essa vulnerabilidade.
Uma das consequências da combinação desses fatores, referem os mesmos especialistas, é o aumento de más colheitas e de mortes de gado por razões várias, incluindo pestes, que já começaram a impor consideráveis perdas económicas e a minar a segurança alimentar.
As mudanças climáticas ameaçam assim ampliar estas vulnerabilidades a julgar pelas projeções do potencial aumento das temperaturas, da aridez e da atividade imputável à Oscilação Meridional do El Niño (ENSO).
Estas observações constam dum estudo apresentado quarta-feira, em Abidjan, capital económica da Côte d'Ivoire, no quadro das Assembleias Anuais desta instituição financeira que decorrem nesta cidade de 27 a 28 de Maio corrente.
O estudo, baseado nos mais recentes relatórios sobre a matéria do Banco Mundial (BM) e do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (PIMC), estima que as terras áridas e semiáridas poderão conhecer um aumento de 60 a 90 milhões de hectares até 2020.
A confirmar-se, dizem o seus autores, esta situação vai expor entre 75 e 250 milhões de pessoas a grandes pressões sobre os recursos hídricos.
Outra consequência deste fenómeno que afeta a segurança alimentar em África é a crescente frequência de situações meteorológicas extremas tais como inundações, secas, granizos e vagas de calor.
Neste contexto, a região do Sahel está projetada para enfrentar secas e humidades mais extremas nos finais do século 21, bem como uma maior frequência e intensidade de tempestades tropicais ao sul do Oceano Índico.
Espera-se ainda um aumento da atividade ciclónica até 20 porcento se as temperaturas à superfície do mar subirem entre 2 a 4 graus centígrados.
Além de danificar diretamente as culturas, estas situações extremas "poderão também causar danos a infraestruturas como estradas e caminhos de ferro, limitando a acessibilidade aos mercados para comprar ou vender alimentos ou colheitas e minando igualmente a segurança alimentar".
Ainda que de dois graus centígrados, indicam, o aumento das temperaturas repercutir-se-á negativamente na produção das principais culturas cerealíferas (arroz, trigo, milho e sorgo) nas regiões tropicais e subtropicais.
Isto porque cada grau a mais na temperatura média reduzirá em 10 porcento a rendibilidade dos campos de clima seco em África, e o saldo líquido destas mudanças a nível da produção cerealífera na região subsariana apresenta uma projeção negativa com danos líquidos de até 12 porcento.
Por isso, conclui o documento, perto de 40 porcento dos países da região poderão conhecer quedas substanciais nas culturas alimentares e na produção de pastos, enquanto 16 de entre eles vão perder 7,9 porcento do potencial de produção cerealífera devido às secas.
A baixa capacidade de adaptação da região aliada à sua elevada dependência de recursos naturais e de uma agricultura condicionada pelas chuvas são apontadas como outros fatores que agravam essa vulnerabilidade.
Uma das consequências da combinação desses fatores, referem os mesmos especialistas, é o aumento de más colheitas e de mortes de gado por razões várias, incluindo pestes, que já começaram a impor consideráveis perdas económicas e a minar a segurança alimentar.
As mudanças climáticas ameaçam assim ampliar estas vulnerabilidades a julgar pelas projeções do potencial aumento das temperaturas, da aridez e da atividade imputável à Oscilação Meridional do El Niño (ENSO).
Estas observações constam dum estudo apresentado quarta-feira, em Abidjan, capital económica da Côte d'Ivoire, no quadro das Assembleias Anuais desta instituição financeira que decorrem nesta cidade de 27 a 28 de Maio corrente.
O estudo, baseado nos mais recentes relatórios sobre a matéria do Banco Mundial (BM) e do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (PIMC), estima que as terras áridas e semiáridas poderão conhecer um aumento de 60 a 90 milhões de hectares até 2020.
A confirmar-se, dizem o seus autores, esta situação vai expor entre 75 e 250 milhões de pessoas a grandes pressões sobre os recursos hídricos.
Outra consequência deste fenómeno que afeta a segurança alimentar em África é a crescente frequência de situações meteorológicas extremas tais como inundações, secas, granizos e vagas de calor.
Neste contexto, a região do Sahel está projetada para enfrentar secas e humidades mais extremas nos finais do século 21, bem como uma maior frequência e intensidade de tempestades tropicais ao sul do Oceano Índico.
Espera-se ainda um aumento da atividade ciclónica até 20 porcento se as temperaturas à superfície do mar subirem entre 2 a 4 graus centígrados.
Além de danificar diretamente as culturas, estas situações extremas "poderão também causar danos a infraestruturas como estradas e caminhos de ferro, limitando a acessibilidade aos mercados para comprar ou vender alimentos ou colheitas e minando igualmente a segurança alimentar".
Ainda que de dois graus centígrados, indicam, o aumento das temperaturas repercutir-se-á negativamente na produção das principais culturas cerealíferas (arroz, trigo, milho e sorgo) nas regiões tropicais e subtropicais.
Isto porque cada grau a mais na temperatura média reduzirá em 10 porcento a rendibilidade dos campos de clima seco em África, e o saldo líquido destas mudanças a nível da produção cerealífera na região subsariana apresenta uma projeção negativa com danos líquidos de até 12 porcento.
Por isso, conclui o documento, perto de 40 porcento dos países da região poderão conhecer quedas substanciais nas culturas alimentares e na produção de pastos, enquanto 16 de entre eles vão perder 7,9 porcento do potencial de produção cerealífera devido às secas.