Agência Panafricana de Notícias

África Ocidental prepara resposta contra mudanças climáticas

Lomé- Togo (PANA) -- A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) apoiada por peritos, organizações competentes das Nações Unidas, Comissões Nacionais dos Direitos Humanos e departamentos governamentais encarregues das questões ambientais e climáticas examinou terça-feira em Lomé, no Togo, a questão das mudanças climáticas sob o ângulo dos direitos humanos, nomeadamente a segurança humana.
A conferência regional, organizada em prelúdio à 15ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas prevista para Dezembro de 2009 em Copenhaga, na Dinamarca, vai permitir formular propostas comuns durante a Cimeira para uma melhor abordagem do impacto humano das mudanças climáticas na sub-região.
"A conferência que começamos representa uma etapa importante para a África Ocidental na busca duma visão comum e dum plano de acção para os próximos anos", declarou o director dos Assuntos Humanitários da CEDEAO, Daniel Eklou, que representou a sua instituição na abertura da reunião.
Adiantou que a mudança climática tem repercussões sobre fundamentos da vida humana e afecta directamente uma gama de direitos fundamentais da pessoa como o direito à vida, à segurança, à alimentação e à água, ao alojamento, à saúde e a um ambiente são, fazendo alusão às últimas crises alimentares e às inundações recentes que afectaram a "vulnerabilidade da África Ocidental".
A conferência de Lomé será sancionada quarta-feira por uma Declaração Final no termo duma reunião pelos ministros da sub-região sobre a questão.
A África Ocidental figura entre as zonas mais expostas aos efeitos da mudança climática.
As inundações, a seca das zonas lacustres e os seus impactos sobre a vida de milhões de pessoas constituem exemplos.
Segundo o Grupo de Peritos Intergovernamental sobre a Evolução do Clima (GIEC), citado pelo PNUD, África é um dos continentes mais vulneráveis à variação e à mudança climática, devido às múltiplas pressões que ela sofre e à sua fraca capacidade de adaptação.
Até 2020, as projecções indicam que 75 a 250 milhões de pessoas estarão expostas a um aumento da tensão hídrica ligada à mudança climática.