Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde lança campanha de sensibilização à paralisia cerebral

Praia, Cabo Verde (PANA) – Uma campanha de sensibilização às pessoas portadoras da paralisia cerebral, uma doença que afeta mais de um milhar e meio de crianças no arquipélago cabo-verdiano, apurou a PANA de fonte oficial na cidade da Praia.

Sob o lema “O Que Nos Une”, a campanha está ser levada a cabo pelo Governo, em parceria com associações que lidam com a problemática da paralisia cerebral e enquadra-se no Ano de Solidariedade para com os afetados, instituído, em março último pelo primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves.

Trata-se de uma iniciativa que visa chamar a atenção das entidades públicas e privadas e da sociedade cabo-verdiana no seu todo, no sentido de redobrarem de esforços a fim de melhorarem as condições tanto ao nível dos cuidados como das leis de proteção a favor dessas pessoas que reclamam por tratamentos especiais.

O lema da campanha, “O Que Nos Une”, é inspirada por um concerto musical que diz que “são mais as coisas que nos unem do que aquelas que nos separam” e pretende mostrar que as semelhanças entre as pessoas com paralisia cerebral e pessoas sem deficiência são maiores do que as diferenças.

A campanha vai ser desenvolvida em parceria com a Associação dos Familiares e Amigos das Crianças com Paralisia Cerebral (Acarinhar), a Associação para o Desenvolvimento e Formação de Pessoas com Necessidades Especiais de Cabo Verde- ADEF (São Vicente) e a Associação Regional de Desporto para Pessoas Portadoras de Deficiência, Crianças Carenciadas e Terceira Idade - Ardepti (São Nicolau).

Ao ato de lançamento, a ser presidido pelo primeiro-ministro, José Maria Neves, seguir-se-á uma conferência internacional sobre a paralisia cerebral, em que participarão especialistas nacionais e estrangeiros.

Um inquérito realizada há cerca de dois anos pela Acarinhar indicava que cerca de 95 porcento das crianças com a doença e que residem no concelho da Praia vivem em condições precárias.

O inquérito, que entrevistou 32 familiares e 29 crianças com problemas cerebrais na sua residência, foi elaborado por voluntários do Grupo de Ação Social do Tagus (GASTagus), de Portugal, levando ao terreno um grupo de jovens para constatar “in loco” a situação destas pessoas.

O mesmo revelou que a maior parte vive em situação complicada, em sítios de difícil acesso e com problemas higiénicos, alimentares e sanitários.

-0- PANA CS/DD 18jul2014