Agência Panafricana de Notícias

Acidentes rodoviários aumentam despesas públicas em São Tomé e Príncipe

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - O Estado santomense gasta anualmente dezenas de milhares de euros em juntas médicas para o tratamento de traumas de acidentes rodoviários não solucionáveis no país, soube a PANA de fonte hospitalar na capital do arquipélago.

De acordo com Celso Matos, diretor do banco de urgência do Hospital Ayres de Menezes, o maior de São Tomé e Príncipe, muitos dos traumas que não encontram solução no país por causa da falta de materiais são enviados para Portugal através de junta médica.

Falando segunda-feira no programa televisivo "Linha Direta", da Televisão Estatal Santomese (TVS), Celso Matos precisou que entre 12 e 15 vítimas de acidentes rodoviários dão entrada diariamente no Centro Hospitalar de São Tomé, enqanto 48 pessoas, maioritariamente jovens, morreram nas mesmas condições entre 2010 e 2011.

Os acidentes de viação representam três porcento dos internamentos no Hospital Ayres de Menezes, que tem capacidade para perto de duas mil camas, disse.

Enquanto isso, prosseguiu, os motociclistas lideram a lista dos sinistrados, e a falta de prudência, o excesso de velocidade, as violações das regras de trânsito, o não uso de capacetes são as principais causas do aumento da sinistralidade rodoviária.

“No último fim de semana, as enfermarias estavam cheias, muitos acidentados ficaram internados, uns na cadeira de roda, outros na maca, porque não havia camas. Aos sábados e domingos vivemos situações difíceis nas urgências”, disse Matos, sublinhando que "já ficamos sem medicamentos para atender os pacientes".

Ele indicou que o traumatismo craniano é a causa direta das mortes, consequência do não uso do capacete por parte dos motociclistas, que circulam às centenas em São Tomé e Príncipe.

Na mesma ocasião, o comandante da Divisão de Trânsito da Polícia Nacional, comissário Xaimingui Mota, confirmou, por seu turno, que a violação das regras de trânsito, o excesso de velocidade, o consumo de álcool, o não uso de capacete e a falta de prudência por parte dos motociclistas concorrem para o aumento de sinistralidades nas estradas do arquipélago.

Ele falou da necessidade de o país avançar rapidamente para a instalação de radares, nas estradas, para controlar a velocidade dos motoristas e dos motociclistas bem como a entrada em vigor dos bafómetros para medir a percentagem de álcool no sangue.

Mota explicou que é crime conduzir sem carta (de condução), mas que a lei permite, ao mesmo tempo, que o autor dessa infração pague uma multa de três milhões de dobras (quase 200 dólares americanos) ou de um milhão e 500 mil dobras (cerca de 100 dólares) pelo não uso de capacete.

-0- PANA RMG/IZ 08maio2012