Agência Panafricana de Notícias

Kabila a contas com justiça por "alta traição" na RDC

Kinshasa, RD Congo (PANA) - Kinshasa, RD Congo (PANA) - O ex-Presidente congolês, Joseph Kabila (2001-2019)  é processado por “alta traição” na República Democrática do Congo (RDC), soube a PANA de fonte oficial.

Vindo de exílio, Kabila regressou ao país por Goma (Kivu-Norte, leste), zona sob o controlo dos rebeldes do Movimento de 23 de Março (M23), desde janeiro último, de acordo com a fonte.

Autoridades congolesas suspenderam o seu partido, o Partido Popular para a Reconstrução e Democracia (PPRD),e apreenderam seus bens, por acusação de “conluio com os rebeldes do M23.” 

O ex-Presidente permanece, por enquanto, silencioso face a estas medidas.

Dois dias depois do seu regresso de exílio ao país, via Goma, o ministro congolês da Justiça, Constant Mutamba, ordenou ao procurador geral da Repíblica e ao procurador geral das Forças Armadas da RDC (FARDC) de empreender ações judiciárias contra si e seus próximos, que os acusam de apoiar a agressão do país pelos rebeldes do M23, grupo armado apoiado pelo Rwanda. 

A informaçãp foi confirmada domingo último, 20 de abril de 2025, num post de Constant Mutamba.

Desde que deixou o poder, o ex-Presidente Kabila permaneceu discreto, mantendo-se afastado da vida política até  quando o chefe do Estado congolês, Félix Tshisekedi, e o ex-ministro da Defesa, Jean-Pierre Mbemba, o acusaram de conivência com o M23 sem no entanto darem provas suficientes disto, segundo um analista político, Sadio Morel Kante, que considera este ato “um erro político cometido por estas duas personalidades à frente da RDC."

“Dissolver um partido política por isso, creio que isto é verdadeiramente mostrar que se está numa política de exclusão que se generaliza cada vez mais em África e que é preciso evitar”, acrescentou o analista político.

Esta situação ocorre num contexto tenso no leste da RDC, onde o M23 controla, desde janeiro de 2025, várias zonas estratégicas.

Desde o seu regresso ao país, Kabila continua discreto, mas um seu conselheiro prometeu “uma tomada da palavra histórica” nos dias que vêem.

Enquanto isto, o campo dele denuncia já “uma manobra política."

-0- PANA DD 22abril2025