África defende esforços coletivos para mudança
Kampala, Uganda (PANA) - A União Africana (UA) defende esforços coletivos para se alcançar uma mudança transformadora que o continente procura no setor da agricultura, soube a PANA de fonte oficial.
Esta posição foi manifestada quinta-feira em Kampala pela comissária da União Africana para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável, Josefa Correia Sacko, quando intervinha na abertura da Cimeira Extraordinária da União Africana sobre a agenda do programa de desenvovimento da agricultura de Africa pós-Malabo.
A diplomata angolana ao serviço pan-africano frisou que foi feita e desenvolvida uma estratégia que responde aos desafios e oportunidades que os sistemas agroalimentares de África enfrentam.
Sublinhou que a conceção e preparação do processo resultaram numa colaboração notável entre vários intervenientes, nomeadamente as comunidades económicas regionais, grupos de técnicos, peritos e investigadores de centros de excelência africanos, organizações de agricultores, bem como parceiros de desenvolvimento e parlamentares.
Josefa Sacko disse que o envolvimento ativo destes grupos enriqueceu o diálogo e ajudou a adaptar o novo quadro do CAADP (Programa Integrado de Desenvolvimento da Agricultura em África) às necessidades e aspirações específicas de todos os africanos, desde os agricultores rurais até aos consumidores urbanos.
“Este diálogo inclusivo reforçou a nossa determinação coletiva e assegurou que os resultados desta Cimeira reflitam verdadeiramente as aspirações e prioridades do continente”, sublinhou a comissária cujo mandato de oito anos está no fim.
Para além destas valiosas contribuições, posseguiu, os parceiros técnicos e de desenvolvimento forneceram conhecimentos especializados e recursos financeiros indispensáveis.
Acrescentou que o apoio tem sido fundamental para garantir que o processo seja não só abrangente mas também viável, com um impacto no desenvolvimento de um quadro robusto e acionável para orientar a transformação dos sistemas agroalimentares de África nos próximos anos.
Em fevereiro de 2024, a CUA apresentou o quarto relatório de revisão bienal do CAADP aos chefes de Estado e de Governo africanos durante a 37.ª Sessão Ordinária da Assembleia da UA, que observaram com preocupação que nenhum país estava no bom caminho para cumprir os objetivos e metas do programa agricola até 2025.
Em termos gerais, a estratégia e plano de ação do CAADP para 10 anos visa aumentar a produção alimentar, expandir o valor acrescentado, impulsionar o comércio intra-africano, criar milhões de empregos para jovens e mulheres, construir cadeias de valor agroalimentares inclusivas e construir sistemas agroalimentares resilientes.
Estes sistemas devem ser também sustentáveis e resistentes a choques e factores de risco agora e no futuro, e, para além disso, reforçar a governação através de uma tomada de decisões baseadas em dados concretos e da responsabilização de todas as partes interessadas.
A Cimeira que decorre em Kampala, de 9 a 11 de Janeiro corrente, resultará na adoção dum projeto de estratégia e plano de ação do CAADP 2026-2035 e na Declaração do CAADP de Kampala.
-0- PANA JF/DD 10jan2024