PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Zambianos ainda chocados pela morte de cardeal Mazombwe
Lusaka, Zâmbia (PANA) - O ano 2013 deixa aos Zambianos a lembrança da polémica nascida da recusa do Governo de decretar um luto nacional depois da morte do primeiro cardeal do país, Medardo Joseph Mazombwe, falecido a 29 de agosto último aos 81 anos de idade.
O Papa Bento XVI elevou ao grau de cardeal o arcebispo Mazombwe, em 2010, ou seja, quatro anos depois da sua reforma, à frente da arquidiocese de Lusaka.
O arcebispo emérito de Lusaka adquiriu uma fama internacional nos anos 1990 por ter levado a cabo uma campanha para a supressão da dívida internacional da Zâmbia e a dos países mais pobres no mundo.
Ele apoiou particularmente os Estados que não podiam apresentar políticas de desenvolvimento nos seus países devido ao peso dos reembolsos da dívida a nível das instituições de Bretton Woods.
Sob a sua ação, em 2005, a campanha levada a cabo a favor da supressão da dívida da Zâmbia permitiu a supressão pelo Banco Mundial, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Clube de Paris duma parte da dívida zambiana que se estimava em cerca de sete biliões de dólares americanos.
Tendo em conta o trabalho do cardeal Mazombwe na Zâmbia e em África, uma polémica instalou-se no seu país pelo facto de o Estado zambiano não ter organizado um funeral nacional nem decretado um luto no território nacional ema memória do ilustre desaparecido.
"Vimos este ano o Presidente decretar dias de luto nacional para antigos ministros que serviram em regimes precedentes e para um ministro do atual Governo cujas ações e trabalhos são insignificantes em relação às do cardeal", confiou à PANA um crente católico que se identificou por Max Chilesha.
Este crente católico, que ainda chora a morte do arcebispo emérito de Lusaka, acrescentou que "é dececionante ver que o Governo não declarou dia de luto na morte do cardeal à dimensão dos seus trabalhos e do seu estatuto".
Justice Mwape, um outro fiel católico, tempera a cólera do seu correligionário revelando que a decisão tomada pelo Governo nas exéquias do religioso não era má, embora o Presidente Michael Sata sejam também um católico, o que vários Zambianos não apoiam.
O cardeal Mazombwe, que foi ordenado padre em 1960, morreu depois dum cancro. Na opinião dos seus próximos, o otimismo e a coragem que demonstrava o desaparecido face à doença inspiraram muitas pessoas que lhe visitaram nos últimos meses da sua vida.
Segundo testemunhas, o arcebispo continuava, apesar do cancro, a interessar-se apaixonadamente pelos assuntos da igreja e do país.
Num telegrama enviada à arquidiocese de Lusaka, o papa saudou "o engajamento marcante do cardeal para espalhar o evangelho no continente africano, mas igualmente pelas suas ações incansáveis a favor dos mais pobres".
O cardeal Mazombwe foi nomeado bispo de Chipata, uma província situada no leste da Zâmbia pelo Papa Paul VI, antes de ser promovido cardeal e arcebispo da cidade de Lusaka pelo Papa Jean Paul II, em 1996.
-0- PANA MM//BAD/SEG/AB/IS/TBM/SOC/MAR/IZ 31dez2013
O Papa Bento XVI elevou ao grau de cardeal o arcebispo Mazombwe, em 2010, ou seja, quatro anos depois da sua reforma, à frente da arquidiocese de Lusaka.
O arcebispo emérito de Lusaka adquiriu uma fama internacional nos anos 1990 por ter levado a cabo uma campanha para a supressão da dívida internacional da Zâmbia e a dos países mais pobres no mundo.
Ele apoiou particularmente os Estados que não podiam apresentar políticas de desenvolvimento nos seus países devido ao peso dos reembolsos da dívida a nível das instituições de Bretton Woods.
Sob a sua ação, em 2005, a campanha levada a cabo a favor da supressão da dívida da Zâmbia permitiu a supressão pelo Banco Mundial, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Clube de Paris duma parte da dívida zambiana que se estimava em cerca de sete biliões de dólares americanos.
Tendo em conta o trabalho do cardeal Mazombwe na Zâmbia e em África, uma polémica instalou-se no seu país pelo facto de o Estado zambiano não ter organizado um funeral nacional nem decretado um luto no território nacional ema memória do ilustre desaparecido.
"Vimos este ano o Presidente decretar dias de luto nacional para antigos ministros que serviram em regimes precedentes e para um ministro do atual Governo cujas ações e trabalhos são insignificantes em relação às do cardeal", confiou à PANA um crente católico que se identificou por Max Chilesha.
Este crente católico, que ainda chora a morte do arcebispo emérito de Lusaka, acrescentou que "é dececionante ver que o Governo não declarou dia de luto na morte do cardeal à dimensão dos seus trabalhos e do seu estatuto".
Justice Mwape, um outro fiel católico, tempera a cólera do seu correligionário revelando que a decisão tomada pelo Governo nas exéquias do religioso não era má, embora o Presidente Michael Sata sejam também um católico, o que vários Zambianos não apoiam.
O cardeal Mazombwe, que foi ordenado padre em 1960, morreu depois dum cancro. Na opinião dos seus próximos, o otimismo e a coragem que demonstrava o desaparecido face à doença inspiraram muitas pessoas que lhe visitaram nos últimos meses da sua vida.
Segundo testemunhas, o arcebispo continuava, apesar do cancro, a interessar-se apaixonadamente pelos assuntos da igreja e do país.
Num telegrama enviada à arquidiocese de Lusaka, o papa saudou "o engajamento marcante do cardeal para espalhar o evangelho no continente africano, mas igualmente pelas suas ações incansáveis a favor dos mais pobres".
O cardeal Mazombwe foi nomeado bispo de Chipata, uma província situada no leste da Zâmbia pelo Papa Paul VI, antes de ser promovido cardeal e arcebispo da cidade de Lusaka pelo Papa Jean Paul II, em 1996.
-0- PANA MM//BAD/SEG/AB/IS/TBM/SOC/MAR/IZ 31dez2013