Agência Panafricana de Notícias

Votação inicia no Quénia com fraca taxa de participação

Nairobi, Quénia (PANA) – As eleições presidenciais no Quénia iniciaram-se esta quinta-feira com uma fraca taxa de participação e vários focos de resistência por parte dos apoiantes do boicote.

A votação continuou nos bastiões do Presidente cessante, Uhuru Kenyatta, mas os principais bastiões da oposição não registaram nenhuma operação.

A eleição realiza-se após a anulação, a 1 de setembro último, pelo Supremo Tribunal da votação de 8 de agosto último, devido a « irregularidades e ilegalidades ».

Uma tentativa de último minuto no Supremo Tribunal pela oposição para travar as eleições fracassou, quarta-feira, já que apenas dois dos sete juízes que deviam apreciar a petição compareceram.

O juiz-presidente, David Maraga, declarou que o Supremo Tribunal não podia então estatuir por falta de quórum.

A Polícia utilizou gases lacrimogéneos nos bairros de Kibera, em Nairobi, para dispersar os apoiantes da oposição perto da assembleia de voto da Olympic Primary School.

Nalguns l bastiões da oposição como em Migori, Kisumu, Siaya e Homa Bay, há votação.

As assembleias de voto de Nairobi registaram uma fraca taxa de participação, mas a Polícia está a garantir a segurança nestes locais.

A votação de quinta-feira é apenas para eleger o Presidente, enquanto a de 8 de agosto último havia seis escrutínios.

A principal coligação da oposição, a Super Aliança Nacional (NASA), anunciou o seu boicote das eleições a 10 de outubro corrente, afirmando que o organismo eleitoral bloqueou os esforços para iniciar reformas antes da retomada das eleições.

Ela declarou que as eleições eram um sinal da ditadura eleitoral crescente no Quénia.

« Já o dissemos, as ditaduras uma vez estabelecidas não se reformam. Nós pertencemos à categoria dos que se recusam a abandonar os nossos direitos fundamentais e as nossas liberdades civis, o direito de exprimir-se, de mobilizar-se, de protestar, de organizar-se, de viajar livremente no interior e no exterior do país, de associar-se, de criticar o Governo sem receios nem favor e de viver como homens e mulheres livres”, declarou um alto responsável da NASA.

O principal líder da oposição, Raila Odinga, declarou quarta-feira que ele vai transformar a NASA num « movimento nacional de resistência » e lançar-se num programa de desobediência civil e sabotagem económica, a partir de 27 de outubro corrente.

O Presidente Kenyatta, que completa 56 anos quinta-feira, declarou que as eleições continuarão dentro do prazo para restabelecer a paz e a estabilidade.

O Presidente advertiu quarta-feira Odinga, para respeitar a lei garantindo aos eleitores dispostos a participar em eleições que o Governo assegurará a sua proteção.

-0- PANA AO/MA/MTA/JSG/FK/IZ 26out2017