"Voo de solidariedade" ruma de Addis Abeba para países africanos vulneráveis à Conid-19
Addis Abeba, Etiópia (PANA) - Um primeiro dos "voos de solidariedade" das Nações Unidas com material médico de emergência na guerra contra o coronavírus (Covid-19) deixou Addis Abeba com destino a países africanos mais vulneráveis à pandemia de coronavírus, constatou a PANA no local.
A bordo da companhia aérea Ethiopian Airlines, fretada pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), encontram-se um milhão de máscaras faciais, bem como luvas, óculos de proteção, respiradores, entre outros artigos essenciais, segundo um comunicado das Nações Unidas.
"Nós vimos várias vezes os nossos trabalhadores sanitários serem vítimas de doenças infeciosas, ao trabalharem em hospitais e, às vezes, sucumbirem a doenças”, lamentou Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS para África.
“É inaceitável. Este equipamento de proteção individual contribuirá para a sua segurança. A OMS comprometeu-se a proteger as pessoas que estão na primeira linha dos tratamentos sanitários”, garantiu.
Segundo o comunicado, existem equipamentos suficientes para protegerem trabalhadores sanitários ao tratarem de mais de 30 mil pacientes no continente.
Por sua vez, a porta-voz do PAM, Elisabeth Byrs, declarou que se trata de uma mais importante expedição de equipamentos médicos desde o início da pandemia.
A mesma, segundo ela, permitirá testar e tratar as pessoas residentes em países onde os sistemas sanitários figurem entre os mais fracos, permitindo ao mesmo tempo aos trabalhadores sanitários que estejam na primeira linha seestarem corretamente protegidos.
Numa primeira fase, o material será distribuído em cinco países africanos, designadamente Djibuti, Sudão, Eritreia, Somália e Tanzânia, no quadro dum esforço acrescido que visa dotar 95 países mais expostos ao novo coronavírus de material médico e de trabalhadores humanitários, acrescentou.
A OMS indicou que a sua plataforma logísitica de Dubai trabalhou afincadamente para efetuar mais de 130 envios de equipamentos de proteção individual (EPI) e material de laboratório a 95 países, nas seis regiões da OMS.
"Os voos comerciais estão suspensos e o frete médico também está bloqueado. Nós podemos pôr termo à propagação do vírus mas nós devemos trabalhar juntos”, declarou o diretor executivo do PAM, David Beasley.
"O PAM prometeu transportar o material médico vital para as linhas de frente e proteger o pessoal médico enquanto eles estão a salvar vidas. As nossas pontes aéreas devem ser inteiramente financiadas para isso, e estamos prontos para transportar trabalhadores sanitários e humanitários de primeira linha bem como o frete médico”, indicou.
Para apoiar uma operação logística tão maciça, o PAM lançou um apelo de fundos de 350 milhões de dólares americanos mas ele recebeu, até ao momento, apenas um quarto desta soma.
“Nós necessitamos muito de financiamentos e estamos prestes a instalar uma base logística para o esforço da resposta mundial”, declarou Byrs.
Em parceria com a empresa, a OMS sublinha a necessidade duma solidariedade entre os países e as organizações para se ultrapassar a pandemia.
"Isso prova até que ponto é crucial e importante que trabalhemos todos juntos e que esta resposta à Covid deva ser uma resposta de todas as Nações Unidas. É asism que o Mundo a vencerá”, declarou o porta-voz da OMS, Margaret Harris.
Além das máscaras, luvas e óculos de proteção, outros equipamentos de proteção individual indispensáveis são transportados, nomeadamente telas faciais, blusas médicas, tabuleiros e termómetros.
A OMS declarou num comunicado que a carga comporta igualmente uma grande quantidade de material médico dado pelo primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, bem como pela iniciativa da Fundação Jack, lançada pelo billionário chinês que criou o grupo Alibaba.
A União Africana (UA), por intermédio dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC), oferece um apoio técnico e coordena a distribuição do material.
Além do envio de material médico e de trabalhadores médicos indispensáveis para África, no quadro da resposta à Covid-19, a plataforma aérea humanitária de Addis Abeba também garantirá as evacuações médicas dos trabalhadores humanitários.
"Uma equipa de 25 empregados do PAM encarregues da aviação e logística está baseada no aeroporto internacional de Bole, em Addis Abeba, para gerir a operação, 24 horas sobre 24, declarou a agência.
-0- PANA MA/ASA/TBM/FK/DD 16abril2020