Nouakchott, Mauritânia (PANA) - O Coletivo de Organizações de Viúvas e Órfãos do Passivo Humanitário dos anos 1990/1991, na Mauritânia, afirmou a sua determinação de continuar a luta pacífica para obter a revogação da lei de amnistia de maio de 1993, para os autores destas acções.
Esta posição consta de um comunicado dede imprensa saído de uma reunião realizada, segunda-feira, no final da tarde.
O comunicado surge, no dia seguinte à libertação de várias dezenas de membros destes movimentos, detidos sábado, 28, à margem da celebração do 60º aniversário da Independência nacional, por tentarem entregar ao Presidente Mohamed Cheikh El Ghazouani uma petição para a revogação da lei de amnistia de 1993.
O primeiro a falar, Mamadou Lamtoro Camara, chefe do coletivo dos órfãos, denunciou "a violência policial" e reafirmou a determinação de continuar a luta "para que os crimes cometidos contra os nossos pais em 1990/1991 sejam levados ao conhecimento de todos os Mauritanos e da comunidade internacional».
Maimouna Alpha Sy, secretária-geral do Colectivo das Viúvas, apelou para a revogação da lei de amnistia de 1993, a fim de respeitar os princípios de "memória, verdade e justiça para saber onde os nossos entes queridos foram enterrados, porque o tempo não apagará a nossa dor".
Estes factos, registados sob o regime de Maaouya Ould Sid'Ahmed Taya (1984/2005), dizem respeito às execuções extrajudiciais de mais de 500 soldados da comunidade negra africana, entre setembro de 1990 e fevereiro de 1991.
-0- PANA SAS/IS/DIM/IZ 01dez2020