PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Viúva de Sankara apela a Ouattara para não caucionar impunidade de Compaoré
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - A ex-Primeira Dama burkinabe, Mariam Sankara, apelou terça-feira à Côte d´Ivoire para entregar à Justiça do Burkina Faso o ex-Presidente burkinabe, Blaise Compaoré, refugiado em seu território mas visado por um mandado de captura internacional.
"É o povo burkinabe que deseja a justiça. O povo ivoiriense e o povo burkinabe são povos irmãos, as autoridades ivoirienses não caucionam a impunidade", declarou terça-feira última a viúva de Thomas Sankara nas ondas da Rádio France Internacional (RFI).
"Espero um dia vê-lo comparecer diante dos tribunais burkinabe. Espero portanto pelo seu repatriamento. Ele vai ter que nos dizer porque. Vai dizer-nos a verdade. Porque fez isso e deve explicar-nos", acrescentou Mariam Sankara.
A ex-Primeira Dama burkinabe vive exilado em Montpellier, em França, desde assassinato do seu marido, o ex-Presidente burkinabé, Thomas Sankara, num golpe de Estado em 1987 que levou Blaise Compaoré ao poder.
Ela afirmou que o Presidente ivoiriense, Alassane Ouattara, deve fazer "isso para o povo burkinabe, em prol das boas relações entre os dois países".
A viúva de Sankara lembrou que desde a revolta popular de finais de outubro de 2014, o povo burkinabe disse entre outras coisas "a impunidade nunca mais neste país".
"(Michel) Kafando (Presidente da Transição) já deu início, penso portanto que vai ser difícil para Roch Kaboré não continuar neste sentido", desejou.
O antigo Presidente do Burkina Faso, Blaise Compaoré, foi derrubado a 31 de outubro de 2914 por uma revolta popular depois de 27 anos de poder ditatorial.
Ele é visado por um mandado de captura internacional no quadro do dossiê do assassinato em 1987 do Presidente Thomas Sankara, considerado como o seu irmão de arma da época.
Em finais de maio passado, a Justiça militar procedeu à abertura do suposto túmulo de Sankara, pai da revolução burkinabe, para determinar as causas reais da sua morte e identificar formalmente o seu corpo.
Os primeiros resultados indicaram que o suposto corpo de Sankara foi crivado de balas e, segundo um dos advogados dos herdeiros, análises praticadas no seu corpo não permitiram determinar o seu DNA devido ao "estado de decomposição dos seus restos mortais".
O general Gilbert Diendéré, antigo braço direito de Compaoré e autor do golpe de Estado abortado de meados de setembro último, foi capturado pela Justiça por cumplicidade nesta matéria.
A dinâmica deste dossiê Sankara acontece a alguns dias do fim do mandato das autoridades da transição que prometeram elucidar este assunto, que teve nenhuma sequência sob o regime de Compaoré varrido por uma "tempestade de rua" em outubro de 2014.
As eleições de 29 de novembro último, vencidas por um ex-primeiro-ministro de Compaoré, Roch Marc Christian Kaboré, puseram termo a 13 meses de regime de transição política no Burkina Faso.
-0- PANA NDT/BEH/MAR/DD 23dez2015
"É o povo burkinabe que deseja a justiça. O povo ivoiriense e o povo burkinabe são povos irmãos, as autoridades ivoirienses não caucionam a impunidade", declarou terça-feira última a viúva de Thomas Sankara nas ondas da Rádio France Internacional (RFI).
"Espero um dia vê-lo comparecer diante dos tribunais burkinabe. Espero portanto pelo seu repatriamento. Ele vai ter que nos dizer porque. Vai dizer-nos a verdade. Porque fez isso e deve explicar-nos", acrescentou Mariam Sankara.
A ex-Primeira Dama burkinabe vive exilado em Montpellier, em França, desde assassinato do seu marido, o ex-Presidente burkinabé, Thomas Sankara, num golpe de Estado em 1987 que levou Blaise Compaoré ao poder.
Ela afirmou que o Presidente ivoiriense, Alassane Ouattara, deve fazer "isso para o povo burkinabe, em prol das boas relações entre os dois países".
A viúva de Sankara lembrou que desde a revolta popular de finais de outubro de 2014, o povo burkinabe disse entre outras coisas "a impunidade nunca mais neste país".
"(Michel) Kafando (Presidente da Transição) já deu início, penso portanto que vai ser difícil para Roch Kaboré não continuar neste sentido", desejou.
O antigo Presidente do Burkina Faso, Blaise Compaoré, foi derrubado a 31 de outubro de 2914 por uma revolta popular depois de 27 anos de poder ditatorial.
Ele é visado por um mandado de captura internacional no quadro do dossiê do assassinato em 1987 do Presidente Thomas Sankara, considerado como o seu irmão de arma da época.
Em finais de maio passado, a Justiça militar procedeu à abertura do suposto túmulo de Sankara, pai da revolução burkinabe, para determinar as causas reais da sua morte e identificar formalmente o seu corpo.
Os primeiros resultados indicaram que o suposto corpo de Sankara foi crivado de balas e, segundo um dos advogados dos herdeiros, análises praticadas no seu corpo não permitiram determinar o seu DNA devido ao "estado de decomposição dos seus restos mortais".
O general Gilbert Diendéré, antigo braço direito de Compaoré e autor do golpe de Estado abortado de meados de setembro último, foi capturado pela Justiça por cumplicidade nesta matéria.
A dinâmica deste dossiê Sankara acontece a alguns dias do fim do mandato das autoridades da transição que prometeram elucidar este assunto, que teve nenhuma sequência sob o regime de Compaoré varrido por uma "tempestade de rua" em outubro de 2014.
As eleições de 29 de novembro último, vencidas por um ex-primeiro-ministro de Compaoré, Roch Marc Christian Kaboré, puseram termo a 13 meses de regime de transição política no Burkina Faso.
-0- PANA NDT/BEH/MAR/DD 23dez2015