Venezuela tenta libertação do empresário Alex Saab Morán detido em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - O embaixador venezuelano, em Cabo Verde, mas com residência em Dakar (Senegal), encontra-se no arquipélago para solicitar o fim da detenção do empresário Alex Naím Saab Morán solicitada pelos Estados Unidos.
Morán foi detido, a 12 de junho corrente, no Aeroporto Internacional do Sal, quando o seu avião fazia uma paragem para reabastecimento, num voo de regresso para o Irão, após uma viagem à Venezuela.
Num comunicado citado pela imprensa cabo-verdiana, Alejandro Correa Ortega defende que a detenção do empresário pelas autoridades cabo-verdianas, com base num pedido dos Estados Unidos, através da Interpol, constitui "uma violação “grave e inaceitável” das regras da soberania e da não interferência nos assuntos internos de outro país.
Por isso, considera ser "urgente" pôr fim “a esta situação ilícita”.
No comunicado, o embaixador da Venezuela começa por expressar a sua "consternação" com a detenção do empresário, que se encontrava "em trânsito para uma missão a ser realizada em um país terceiro".
Segundo ele, a Venezuela está “muito preocupada”, com o facto de a detenção ter sido realizada, em 12 de junho de 2020, com base em um alerta vermelho da Interpol emitido a pedido dos Estados Unidos, em 13 de junho, um dia após a detenção do enviado especial do Presidente venezuelano, Nicolas Maduro.
“Essa situação constitui uma violação grave e inaceitável das regras mais fundamentais do Direito Internacional, nomeadamente a da soberania e da não interferência nos assuntos internos de outro país”, prossegue.
Alejandro Correa Ortega encontra-se, em Cabo Verde, juntamente com um assessor jurídico especial e sua equipa designados pela Venezuela.
“Além de fornecer apoio consular ao enviado especial (Alex Naím Saab Morán), auxiliaremos a equipa jurídica local a tratar das importantes questões de Direito internacional envolvidas nessa detenção ilícita.
"Mantenho-me com a esperança de facilitar a rápida libertação do enviado especial da Venezuela, assim resolvendo essa infeliz situação, no espírito das relações amistosas de longa data entre os governos e os povos da Venezuela e Cabo Verde”, refere o diplomata venezuelano.
Alex Naím Saab Morán é alvo de sanções por parte das autoridades norte-americanas, desde junho de 2019, após ter sido acusado de servir de testa de ferro do líder venezuelano, Nicolas Maduro.
No dia 18 de junho, o Tribunal da Relação do Barlavento, em Cabo Verde, “validou e ratificou” a prisão preventiva de Alex Saab Morán.
Em comunicado, a Procuradoria Geral da República (PGR) explicou que o empresário foi transferido, em 16 de junho, para a ilha de São Vicente, sede do Tribunal da Relação do Barlavento, o tribunal que tem a competência em matéria de extradição.
Entretanto, a defesa do empresário de dupla nacionalidade (venezuelana e colombiana), acusado de branqueamento de capitais, tráfico de droga, entre outras infrações, cometidas nos Estados Unidos, já deu entrada com um pedido de 'habeas corpus' no Supremo Tribunal de Justiça.
-0- PANA CS/IZ 22junho2020