PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Universidade de Cabo Verde atribui primeiro Honoris Causa a Pedro Pires
Praia, Cabo Verde (PANA) - A Universidade de Cabo Verde (UNI-CV) atribui, este sábado, o primeiro doutoramento Honoris Causa da sua história ao ex-Presidente da República, Pedro Pires (2001-2011), apurou a PANA de fonte segura na cidade da Praia.
De acordo com a reitora da UNI-CV, Judite Nascimento, a escolha de Pedro Pires foi unânime por parte do Conselho Científico e aprovada depois, também por unanimidade, pelo Conselho da Universidade.
“As razões principais da nossa escolha prendem-se com o percurso dele, enquanto combatente pela independência e depois governante de Cabo Verde”, justificou a reitora aludindo à aposta deste último, desde os primeiros momentos da independência do arquipélago cabo-verdiano, a 05 de julho de 1975, “na educação como fator de desenvolvimento” do país.
“Nesta qualidade, desde os primeiros momentos da independência nacional, ele elegeu a educação como um dos principais fatores do nosso desenvolvimento. Foi na decorrência disso que Cabo Verde, ao contrário de outros países africanos com muito mais recursos, igualmente independentes na mesma altura, consegue apresentar os índices de desenvolvimento humano que tem e os outros não”, precisou a académica.
Judite Nascimento enumerou algumas das medidas de políticas adotadas nos primeiros anos da independência de Cabo Verde, altura em que Pedro Pires foi o primeiro chefe do Governo cabo-verdiano (1975-1990), e que acabaram por constituir o “embrião”, inclusive, do ensino superior no país, sendo a UNI-CV fruto dessa caminhada.
“Portanto, investir na educação e na valorização dos recursos humanos é algo que, sem dúvida, ajudou Cabo Verde a ser o que é hoje”, precisou.
A atribuição do título de Honoris Causa a Pedro Pires faz parte do programa das comemorações do décimo aniversário da criação da UNI-CV, enquanto instituição pública de ensino superior de Cabo Verde.
Em declarações à agência cabo-verdiana de notícias (Inforpress), Pedro Pires disse considerar-se honrado pela distinção que recebe “com toda a humildade, mas também com sentido de gratidão”.
“Considero, acima de tudo, o ato algo interessante, já que se trata de uma universidade cabo-verdiana e pública, que decidiu ter esse gesto para comigo. Contatado, aceitei, sem problemas, por ser algo que muito me honra”, regozijou-se.
O também primeiro chefe do Governo de Cabo Verde independente e antigo combatente da liberdade da Pátria disse fazer o possível “para continuar a merecer a confiança e respeito das pessoas”.
Para o homenageado, este título, atribuído pela primeira vez pela universidade pública, simboliza aquilo que fez em prol de Cabo Verde, desde a sua juventude até agora.
Para Pedro Pires, a Uni-CV é das entidades “mais importantes” do país e, por isso, o título Honoris Causa tem um “simbolismo especial”.
O antigo Presidente da República, que já recebeu dois graus de Doutor Honoris Causa, atribuídas pela pela Universidade Técnica de Lisboa (Portugal) e pela Universidade Federal do Ceará (Brasil), considera, no entanto, que o que lhe foi agora atribuído por uma universidade cabo-verdiana tem “outro valor e significado”, sobretudo quando se trata de universidade “mais importante do país”.
Natural da ilha do Fogo, Pedro Pires, 82 anos de idade, foi um dos principais protagonistas da luta armada e política pela independência do seu país, sob a bandeira do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), liderado então por Amílcar Cabral.
Na sequência da revolução do 25 de abril de 1974 que pôs fim a regime colonial-facista em Portugal, o comandante Pedro Pires foi a personalidade escolhida pelo PAIGC para encabeçar a delegação que negociou com as novas autoridades portuguesas o reconhecimento da independência da Guiné-Bissau, proclamada unilateralmente em 1973, e a independência de Cabo Verde.
Com a conquista da independência, Pedro Pires foi o primeiro-ministro de Cabo Verde, entre 1975 e 1991, ano em que perdeu as primeiras eleições legislativas multipartidárias, passando então à oposição.
Em 2001, ele foi eleito, pela primeira vez, Presidente da República de Cabo Verde, com o apoio do PAICV que entretanto já tinha regressado ao poder após 10 anos de oposição ao Movimento para a Democracia (MpD), o partido vencedor das duas primeiras eleições democráticas no arquipélago cabo-verdiano.
Pedro Pires foi reeleito para um segundo e último mandato em 2006, tendo, em 2011, recebido o prémio Mo Ibrahim que distingue os melhores líderes políticos africanos que tenham dado prova de excelência na liderança política.
Mesmo afastado da vida política, agora como presidente do Instituto Pedro Pires (IPP) para a Liderança, ele continua a investir na formação de quadros cabo-verdianos, com a realização de cursos visando uma melhor qualificação técnico-profissional dos mesmos.
-0- PANA CS/DD 19nov2016
De acordo com a reitora da UNI-CV, Judite Nascimento, a escolha de Pedro Pires foi unânime por parte do Conselho Científico e aprovada depois, também por unanimidade, pelo Conselho da Universidade.
“As razões principais da nossa escolha prendem-se com o percurso dele, enquanto combatente pela independência e depois governante de Cabo Verde”, justificou a reitora aludindo à aposta deste último, desde os primeiros momentos da independência do arquipélago cabo-verdiano, a 05 de julho de 1975, “na educação como fator de desenvolvimento” do país.
“Nesta qualidade, desde os primeiros momentos da independência nacional, ele elegeu a educação como um dos principais fatores do nosso desenvolvimento. Foi na decorrência disso que Cabo Verde, ao contrário de outros países africanos com muito mais recursos, igualmente independentes na mesma altura, consegue apresentar os índices de desenvolvimento humano que tem e os outros não”, precisou a académica.
Judite Nascimento enumerou algumas das medidas de políticas adotadas nos primeiros anos da independência de Cabo Verde, altura em que Pedro Pires foi o primeiro chefe do Governo cabo-verdiano (1975-1990), e que acabaram por constituir o “embrião”, inclusive, do ensino superior no país, sendo a UNI-CV fruto dessa caminhada.
“Portanto, investir na educação e na valorização dos recursos humanos é algo que, sem dúvida, ajudou Cabo Verde a ser o que é hoje”, precisou.
A atribuição do título de Honoris Causa a Pedro Pires faz parte do programa das comemorações do décimo aniversário da criação da UNI-CV, enquanto instituição pública de ensino superior de Cabo Verde.
Em declarações à agência cabo-verdiana de notícias (Inforpress), Pedro Pires disse considerar-se honrado pela distinção que recebe “com toda a humildade, mas também com sentido de gratidão”.
“Considero, acima de tudo, o ato algo interessante, já que se trata de uma universidade cabo-verdiana e pública, que decidiu ter esse gesto para comigo. Contatado, aceitei, sem problemas, por ser algo que muito me honra”, regozijou-se.
O também primeiro chefe do Governo de Cabo Verde independente e antigo combatente da liberdade da Pátria disse fazer o possível “para continuar a merecer a confiança e respeito das pessoas”.
Para o homenageado, este título, atribuído pela primeira vez pela universidade pública, simboliza aquilo que fez em prol de Cabo Verde, desde a sua juventude até agora.
Para Pedro Pires, a Uni-CV é das entidades “mais importantes” do país e, por isso, o título Honoris Causa tem um “simbolismo especial”.
O antigo Presidente da República, que já recebeu dois graus de Doutor Honoris Causa, atribuídas pela pela Universidade Técnica de Lisboa (Portugal) e pela Universidade Federal do Ceará (Brasil), considera, no entanto, que o que lhe foi agora atribuído por uma universidade cabo-verdiana tem “outro valor e significado”, sobretudo quando se trata de universidade “mais importante do país”.
Natural da ilha do Fogo, Pedro Pires, 82 anos de idade, foi um dos principais protagonistas da luta armada e política pela independência do seu país, sob a bandeira do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), liderado então por Amílcar Cabral.
Na sequência da revolução do 25 de abril de 1974 que pôs fim a regime colonial-facista em Portugal, o comandante Pedro Pires foi a personalidade escolhida pelo PAIGC para encabeçar a delegação que negociou com as novas autoridades portuguesas o reconhecimento da independência da Guiné-Bissau, proclamada unilateralmente em 1973, e a independência de Cabo Verde.
Com a conquista da independência, Pedro Pires foi o primeiro-ministro de Cabo Verde, entre 1975 e 1991, ano em que perdeu as primeiras eleições legislativas multipartidárias, passando então à oposição.
Em 2001, ele foi eleito, pela primeira vez, Presidente da República de Cabo Verde, com o apoio do PAICV que entretanto já tinha regressado ao poder após 10 anos de oposição ao Movimento para a Democracia (MpD), o partido vencedor das duas primeiras eleições democráticas no arquipélago cabo-verdiano.
Pedro Pires foi reeleito para um segundo e último mandato em 2006, tendo, em 2011, recebido o prémio Mo Ibrahim que distingue os melhores líderes políticos africanos que tenham dado prova de excelência na liderança política.
Mesmo afastado da vida política, agora como presidente do Instituto Pedro Pires (IPP) para a Liderança, ele continua a investir na formação de quadros cabo-verdianos, com a realização de cursos visando uma melhor qualificação técnico-profissional dos mesmos.
-0- PANA CS/DD 19nov2016