PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Universidade Pan-africana e renascimento africano
Addis Abeba, Etiópia (PANA) – Há perto de meio século, quando os pais fundadores da Organização de Unidade Africana (OUA) – a antecessora da União Africana (UA) - decidiram engajar-se na reconstrução de África, um continente aniquilado pela escravatura e pelos sistemas coloniais, a educação foi colocada no centro desta missão difícil.
Os gostos de dirigentes como Kwame Nkrummah e o imperador Hailé-Selasie I, para apenas citar alguns, tinham um paladar de educação e desejavam a mesma coisa, ou mesmo um melhor nível de instrução, para as centenas de milhões de habitantes do continente que foram desumanizados pelos mestres da escratura e coloniais.
As culturas, a identidade, as tradições e os conhecimentos ricos de África transmitidos de geração em geração foram quase inteiramente destruídos de maneira sistemática para facilitar a exploração dos seus ricos recursos humanos e naturais e fazer do Ocidente um mundo fantástico.
E a maneira de reencontrar todas as riquezas perdidas do continente é instruir as suas crianças que, por seu turno, vão facilitar a sua integração, segundo os defensores do pan-africanismo.
E como que para fazer coincidir a sua ação com o 10º aniversário do seu nascimento das cinzas da OUA, a UA fez, a semana passada, deu o seu primeiro passo para um dos ideais pan-africanos, instituindo a Universidade Pan-africana.
Lançada durante uma cerimónia em Addis Abeba, que acolhe a sede da UA, a nova Universidade Pan-africana terá cinco Colégios Universitários - um em cada região do continente e cada um especializado num domínio específico da ciência.
Um dos Colégios vai ocupar-se da formação de cientistas espaciais do continente e será instalado na África do Sul, enquanto o das Ciências da Água e Energia será instalado na Argélia.
Um outro para as Ciências Fundamentais, Tecnologia e Inovação será acolhida pela Universidade de Agricultura e Tecnologia Jomo Kenyatta do Quénia (JKUAT).
A Universidade de Ibadan na Nigéria vai albergar o Colégio para as Ciências da Vida e da Terra e a Universidade de Yaoundé nos Camarões – representando a África Central - acolherá o Colégio para a Governação, Ciências Humanas e Sociais.
« A falta de pessoal académico bem formado tornou as universidades africanas globalmente menos competitivas a nível mundial, conduzindo à fuga dos cérebros do continente », declarou o presidente da Comissão da UA, Jean Ping, num comunicado na cerimónia de lançamento.
Segundo uma classificação das universidades do mundo divulgado em 2008, apenas quatro universidades africanos figuram entre as 500 melhores universidades do mundo. Apesar do fluxo dos estudantes nas universidades africanas, só seis porcento dos Africanos têm acesso ao Ensino Superior, enquanto a média mundial é de 30 porcento.
« É deplorável, tendo em conta a correlação entre a percentagem entre a população universitária duma sociedade e o progressso social e económico desta última », declarou Ping.
A União Europeia é o principal financeiro da primeira instituição africana de ensino que estará sob a autoridade da Comissão da UA para os Recursos Humanos, Ciências e Tecnologia, encarregue de coordenar as cinco componentes da universidade e assegurar o seu bom funcionamento.
O diplomata europeu Harry Debaker indicou que a ideia é favorecer um ambiente como o da Europa onde as universdiades africanas atraem estudantes de todo o continente. “Espero vivamente que num discurso próximo possa terminar dizendo que em África, milhões de estudantes continuam os seus estudos em países que não são os seus e, às vezes, em línguas que não são as suas”, lançou.
« Incumbe a África, enquanto berço da humanidade, cultivar a excelência e bater-se por obter a posição que é a sua na cena mundial », frisou Ping.
Por Omar Redi,
Coorrespondente da PANA em Addis Abeba
-0- PANA OR/VAO/LSA/TBM/IBA/MAR 19dez2011
Os gostos de dirigentes como Kwame Nkrummah e o imperador Hailé-Selasie I, para apenas citar alguns, tinham um paladar de educação e desejavam a mesma coisa, ou mesmo um melhor nível de instrução, para as centenas de milhões de habitantes do continente que foram desumanizados pelos mestres da escratura e coloniais.
As culturas, a identidade, as tradições e os conhecimentos ricos de África transmitidos de geração em geração foram quase inteiramente destruídos de maneira sistemática para facilitar a exploração dos seus ricos recursos humanos e naturais e fazer do Ocidente um mundo fantástico.
E a maneira de reencontrar todas as riquezas perdidas do continente é instruir as suas crianças que, por seu turno, vão facilitar a sua integração, segundo os defensores do pan-africanismo.
E como que para fazer coincidir a sua ação com o 10º aniversário do seu nascimento das cinzas da OUA, a UA fez, a semana passada, deu o seu primeiro passo para um dos ideais pan-africanos, instituindo a Universidade Pan-africana.
Lançada durante uma cerimónia em Addis Abeba, que acolhe a sede da UA, a nova Universidade Pan-africana terá cinco Colégios Universitários - um em cada região do continente e cada um especializado num domínio específico da ciência.
Um dos Colégios vai ocupar-se da formação de cientistas espaciais do continente e será instalado na África do Sul, enquanto o das Ciências da Água e Energia será instalado na Argélia.
Um outro para as Ciências Fundamentais, Tecnologia e Inovação será acolhida pela Universidade de Agricultura e Tecnologia Jomo Kenyatta do Quénia (JKUAT).
A Universidade de Ibadan na Nigéria vai albergar o Colégio para as Ciências da Vida e da Terra e a Universidade de Yaoundé nos Camarões – representando a África Central - acolherá o Colégio para a Governação, Ciências Humanas e Sociais.
« A falta de pessoal académico bem formado tornou as universidades africanas globalmente menos competitivas a nível mundial, conduzindo à fuga dos cérebros do continente », declarou o presidente da Comissão da UA, Jean Ping, num comunicado na cerimónia de lançamento.
Segundo uma classificação das universidades do mundo divulgado em 2008, apenas quatro universidades africanos figuram entre as 500 melhores universidades do mundo. Apesar do fluxo dos estudantes nas universidades africanas, só seis porcento dos Africanos têm acesso ao Ensino Superior, enquanto a média mundial é de 30 porcento.
« É deplorável, tendo em conta a correlação entre a percentagem entre a população universitária duma sociedade e o progressso social e económico desta última », declarou Ping.
A União Europeia é o principal financeiro da primeira instituição africana de ensino que estará sob a autoridade da Comissão da UA para os Recursos Humanos, Ciências e Tecnologia, encarregue de coordenar as cinco componentes da universidade e assegurar o seu bom funcionamento.
O diplomata europeu Harry Debaker indicou que a ideia é favorecer um ambiente como o da Europa onde as universdiades africanas atraem estudantes de todo o continente. “Espero vivamente que num discurso próximo possa terminar dizendo que em África, milhões de estudantes continuam os seus estudos em países que não são os seus e, às vezes, em línguas que não são as suas”, lançou.
« Incumbe a África, enquanto berço da humanidade, cultivar a excelência e bater-se por obter a posição que é a sua na cena mundial », frisou Ping.
Por Omar Redi,
Coorrespondente da PANA em Addis Abeba
-0- PANA OR/VAO/LSA/TBM/IBA/MAR 19dez2011