União Europeia exige governo civil de transição no Sudão
Bruxelas, Bélgica (PANA) – A União Europeia (UE) advertiu que não vai reconhecer “em circunstância alguma” a legitimidade de um governo militar, no Sudão.
Numa declaração transmitida esta terça-feira à imprensa, em Bruxelas, a UE apela para uma transição civil imediata e um processo inclusivo, que respeite "as aspirações legítimas do povo sudanês".
O documento assinado pela alta representante da UE para a Política Externa e Segurança Comum (PESC), Federica Mogherin, exige uma passagem rápida do poder a um Governo civil de transição com poderes reais de decisão.
Considera a passagem do poder a uma autoridade de transição civil o único meio de permitir "um processo político pacífico, credível e inclusivo”, capaz de satisfazer as aspirações da sociedade sudanesa, respondendo finalmente à exigência do povo sudanês de reformas políticas e económicas.
Na nota a UE presta homenagem à coragem e “à determinação extraordinária” do povo sudanês na sua exigência de mudança pacífica.
Para a União Europeia, esta determinação contribuiu para a disponibilidade mostrada pelo atual Conselho Militar de Transição (CMT) de encetar negociações com todas as forças políticas.
Na sua declaração a UE diz-se pronta a prestar apoio imediata a uma autoridade civil de transição logo que instalado.
Durante um debate no Parlamento Europeu, os deputados europeus apelaram recentemente para uma posição comum e coerente dos Estados membros “para evitar que o Sudão não se torne numa segunda Líbia, um país ameaçado por uma crise humanitária com seis milhões de pessoas à beira da fome e mais de um milhão de refugiados”.
Alguns deputados europeus pediram que o Presidente deposto, Omar al-Bashir, seja julgado diante do Tribunal Penal Internacional (TPI) e que sejam examinados minuciosamente os fluxos financeiros para o Sudão e o respeito do embargo sobre as vendas de armas a este país.
-0- PANA AK/JSG/MAR/IZ 07maio2019