Agência Panafricana de Notícias

União Europeia e União Africana em cimeira sobre migração clandestina

Bruxelas, Bélgica (PANA) - A Comissão da União Africana (UA) e a Comissão Europeia reúnem-se, quarta-feira próxima, em Bruxelas, numa cimeira consagrada à questão da migração clandestina para a Europa, soube-se sexta-feira de fonte oficial europeia.

Marcado há muito tempo, o encontro viu a sua agenda perturbada pelo fluxo maciço para a Europa dos migrantes vindos essencialmente de África e chegados nos últimos dias à Itália depois de atravessarem sob risco das suas vidas o Mediterrâneo.

Durante o fim de semana, mais de seis mil migrantes clandestinos, na sua maioria Africanos, homens, mulheres e crianças, chegaram à Itália depois de socorridos pelos navios da operação Triton, lançada pela União Europeia (UE) para supervisionar os navios perdidos no Mediterrâneo.

Terça-feira, mil emigrantes essencialmente somális e eritreus foram salvos e acolhidos em Sicília, na Itália, enquanto mais de 500 outros faleceram afogados, segundo os dados fornecidos pelos responsáveis da operação Triton.

A União Europeia diz que não pode ficar indiferente face a este terrível drama pelo que incluiu a questão na agenda da nova cimeira de Bruxelas.

O drama complica-se pela história de rixas mortais que eclodiram na noite de quinta-feira numa das embarcações, opondo Cristãos aos Muçulmanos em plena travessia do Mediterrâneo. Segundo testemunhas oculares entre os passageiros clandestinos recolhidos na Itália, os Muçulmanos teriam atirado na água 12 Cristãos que morreram afogados.

Acusados de homicídio voluntário, agravado pelo ódio religioso, os supostos autores foram detidos pelos guardas costeiros italianos e aprisionados.

Navios transportando clandestinos partem todos os dias da Líbia onde vivem mais de dois milhões de Africanos chegados a este país sob o regime de Kadafi.

Segundo um diplomata africano, que pediu o anonimato, a UA deverá aproveitar a ocasião para sublinhar a responsabilidade dos dirigentes europeus que desencadearam a guerra contra Kadafi cuja destitutição mergulhou o país no caos aproveitado pelos passadores para fazer atravessar centenas de clandestinos.

-0- PANA AK/BEH/MAR/IZ 18abril2015