União Europeia defende cessar-fogo imediato e negociação construtiva na Líbia
Paris, França (PANA) - A União Europeia (UE) apelou às partes líbias em conflito para cessarem imediatamente operações militares e comprometerem-se a buscar uma negociação construtiva.
O apelo foi lançado, quinta-feira, numa declaração conjunta, pelo alto representante da UE, Joseph Borrel, com os ministros dos Negócios Estrangeiros de França, da Alemanha e da Itália, respetivamente Jean-Ives Le Drian, Heiko Maas e Luigi di Maio.
"Na sequência dos compromissos construtivos tomados a 6 de junho corrente na cidade do Cairo (Egito) sobre a cessação dos combates, a retomada do diálogo e a conclusão dum cessar-fogo no quadro do Comité Militar Misto 5+5, o alto representante da União Europeia e os ministros dos Negócios Estrangeiros da França, da Alemanha e da Itália apelaram, com insistência, a todas as partes líbias e internacionais para cessarem, de forma efetiva e imediata, todas as operações militares e envolver-se, de forma construtiva, nas negociações em formato 5+5 com base no projeto de acordo de 23 de fevereiro (último)”.
Para os Europeus, estes esforços devem conduzir todas as partes beligerantes a entenderem-se rapidamente, no quadro do Comité 5+5, sobre um acordo de cessar-fogo, que prevê nomeadamente a retirada, de todas as províncias da Líbia, do conjunto das forças estrangeiras, dos mercenários e dos equipamentos militares fornecidos em violação do embargo sobre as armas impostas pelas Nações Unidas.
Os diplomatas europeus também aconselharam às partes em conflito na Líbia a participarem, de forma construtiva, em todas as vertentes do diálogo inter-líbio sob a égide das Nações Unidas, a fim de avançarem para um acordo político global no quadro dos parâmetros aprovados em janeiro último em Berlim, na Alemanha.
A situação na Líbia deteriorou-se gradualmente com a morte, em outubro de 2011, do então líder líbio, o coronel Muamar Kadafi depois de 43 anos de poder ditatorial.
A crise intensificou-se, desde 4 de abril último, com combates, perto de Trípoli, entre tropas leais ao Governo líbio de União Nacional, dirigido por Fayez al-Sarraj, e reconhecido pela comunidade internacional, e o autoproclamado Exército Nacional líbio(rebelião), liderado pelo marechal Khalifa Haftar.
O balanço deste conflito é de mais de um milhar de mortos, além de 128 mil deslocados.
Os dois protagonistas são apoiados por países estrangeiros, que desrespeitam o embargo sobre as armas na Líbia estabelecido pelas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o que contribuiu para a escalada das hostilidades no terreno.
-0- PANA BM/IS/SOC/FK/DD 11junho2020