União Africana realça importância da Muralha Verde do Sahel
Brazzaville, Congo (PANA) - A comissária da União Africana (UA), Josefa Correia Sacko, realçou a iniciativa da Grande Muralha Verde do Sahel, soube a PANA de fonte oficial.
Discursando, quinta-feira última em Brazzaville, durante uma sessão ministerial da primeira confeferencia internacional sobre a florestação e a reflorestação, a diplomata angolana frisou que a iniciativa tem por objetivo combater a desertificação e a degradação dos solos na região do Sahel, criando um mosaico de paisagens verdes e produtivas em 11 países.
A comissaria da UA encarregue da Agricultura, do Desenvolvimento Rural, da Evonomia Verde e do Ambiente Sustentável assegurou que o projeto envolve a plantação de árvores, de arbustos e gramíneas para restaurar 100.000.000 de hectares de terra até 2030.
O mesmo, prosseguiu, visa capturar 250.000.000 toneladas de carbono, criando 10.000.000 de empregos verdes.
“As florestas são os pulmões do nosso planeta, desempenhando um papel crucial na manutenção do equilíbrio ecológico, no apoio à biodiversidade e na atenuação das alterações climáticas”, disse .
Salientou que a importância da florestação e da reflorestação não pode ser subestimada, porquanto, frisou, estes esforços são vitais não só para sequestrar o carbono e combater o aquecimento global, mas também, para preservar os recursos hídricos, evitar a erosão dos solos e proporcionar meios de subsistência a milhões de pessoas.
No seu entender, apesar dos benefícios inegáveis, o continente enfrenta desafios significativos nos esforços de florestação e reflorestação.
Enquanto isso, acrescentou, a desflorestação continua a um ritmo alarmante devido a práticas agrícolas insustentáveis, à urbanização e às atividades industriais.
Além disso, as alterações climáticas agravam a situação, alterando os ecossistemas florestais e aumentando a frequência dos incêndios florestais e dos fenómenos meteorológicos extremos.
“Para enfrentar estes desafios, é imperativo que adotemos uma abordagem colaborativa e inovadora. Os governos, as organizações internacionais, as ONG (Organização Não Governamentais), o setor privado e as comunidades locais devem trabalhar em conjunto para criar e implementar políticas e práticas eficazes”, defendeu a diplomata.
Neste aspeto, assegurou que os avanços tecnológicos e a investigação científica desempenham um papel fundamental nos esforços da deteção remota, e que a cartografia e a biotecnologia podem melhorar significativamente a capacidade de monitorizar, gerir e recuperar paisagens florestais, incluindo o conhecimento e as práticas indígenas que oferecem conhecimentos valiosos sobre a gestão sustentável das florestas.
A este respeito, a UA tem estado ativamente empenhada em várias iniciativas e esforços destinados a promover a florestação e a reflorestação em todo o continente através da implementação de iniciativas como o Quadro de Gestão Florestal Sustentável para África (2020-2030) e a Estratégia e o Quadro de Implementação Decenal da Iniciativa da Grande Muralha Verde da UA, recentemente aprovados.
Estas ações visam reforçar a restauração dos ecossistemas e a resiliência dos meios de subsistência (2024-2034) que exige não só vontade política e investimento financeiro, mas também uma dedicação profunda à proteção do património natural, disse.
Concluindo, Josefa Sacko reafirmou que o compromisso da UA para com a causa da florestação e da reflorestação é um comprometimento sério, na tomada de medidas corajosas e decisivas para inverter a tendência destes fenomenos e restaurar a cobertura verde do planeta.
-0- PANA JF/DD 6julho2024