União Africana profundamente preocupada com situação no Sara Ocidental

Addis Abeba, Etiópia (PANA) – O presidente da Comissão da União Africana (CUA), Moussa Faki Mahamat, exprimiu a sua profunda preocupação pela deterioração da situação no Sara Ocidental, em particular na zona tampão de Guerguerat (sudoeste), e pelas graves ameaças que pairam sobre o cessar-fogo em vigor desde 1991.

Numa declaração feita no último fim de semana em Addis Abeba, o Mahamat saudou os esfoços do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, e dos países da região que exortam as partes em conflito  a absterem-se de qualquer mudança do statu quo e voltarem à mesa de negociações, tão logo quanto  possível.

"Para o efeito, o presidente da CUA pede ao Secretário-Geral das Nações Unidas para acelerar o processo de nomeação do seu enviado pessoal”, indica o comunicado.

Faki Mahamat reafirmou que a União Africana está pronta para “apoiar ativamente os esforços das Nações Unidas para uma solução política justa e aceitável para  todas as partes em conflito.”

Guterres exprimiu no último fim de semana a sua “grande preocupação” pelas consequências duma operação lançada pelo Governo marroquino na fronteira do sul do Sara Ocidental, em resposta a um bloqueio rodoviário feito por militantes da Frente Polisario independentista.

De acordo com Stephane Dujarric, o SG da ONU advertiu das violações do cessar-fogo concluído em 1991  e das  graves consequências de qualquer mudança do statu quo.

Em finais de 1975, confrontos eclodiram entre Marrocos e a Frente Polisario, logo depois do abando deste território pela Espanha, então potência colonial do Sara ocidental.

Um cessar-fogo foi  concluído a 6 de setembro de 1991 e uma missão da ONU, denominada MINURSO, incumbiu-se como missão controlá-lo e organizar um referendo sobre a autodeterminação do Sara Ocidental.

No entanto, na ausência de acordo entre as partes, o referendo não foi realizado.

Segundo o seu porta-voz, Antório Guterres permanece determinado a fazer o seu possível para evitar o colapso do cessar-fogo de 1991 e levantar todos os obstáculos à retomada do processo político.

-0- PANA MA/BAI/TBM/SOC/FK/DD  16nov2020