Um morto em manifestações da oposição na Guiné-Bissau
Ziguinchor, Senegal (PANA) – Um militante do Partido da Renovação Social (PRS), a formação política do antigo Presidente Kumba Yala, foi morto pela Polícia bissau-guineense, no fim de semana, na capital, durante manifestações da oposição para denunciar a maneira como decorrem os preparativos das eleições presidenciais, previstas para 24 de novembro.
O secretário para a juventude deste partido, Fernando Dias, falando à imprensa, confirmou esta morte, revelando que a vítima tinha 48 anos de idade que foi morta depois de uma tortura policial.
Demba Baldé foi agredido com uma arma apontada à cabeça, causando lesões graves que provocaram a sua morte.
"O nosso irmão, que foi morto pela Polícia, foi brutalmente batido com armas e matracas. Irmão Demba Baldé foi apunhalado com armas e bengalas. Um dos polícias tinha uma arma de fogo com uma faca e é ele que bateu Demba no pescoço. Perdeu muito sangue e acabou por morrer”, indicou.
Ele apontou o dedo acusador ao Governo do primeiro-ministro Aristides Gomes e, nomeadamente, ao ministro do Interior, Juliano Ferandes, que considera como sendo "um ator no assassinato do seu apoiante".
Assegurou contudo que não vão renunicar às manifestações, “porque a democracia deve exercer-se, através da demonstração de que temos a intenção de fazer”.
O corpo da vítima foi depositado na morgue do hospital nacional Simão Mendes, afirmou Fernando Dias, acrescentando que Demba Baldé era originário de Cuntubuel, na região de Bafata, mas vivia em Bissau e que era empregado da Adminsitração Portuária da Guiné Bissau (APGB).
O responsável dos jovens do PRS confirmou igualmente a libertação de todas as pessoas que estavam detidas pela Polícia sem revelar o seu número exato.
Entre as pessoas libertadas, figura Iiídio Vieira Té, membro da Comissão Política do seu partido que foi detido, segundo ele, à porta da Igreja Christ Redempteur, perto da sede do PRS.
Denunciou igualmente o silêncio da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre as diferentes informações transmitidas à organização sub-regional pela direção do seu partido e os diferentes candidatos sobre o processo eleitoral que, segundo as suas explicações, não é organizado em conformidade com a lei eleitoral.
As manifestações do fim de semana foram organizadas pelo PRS, pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) e pela Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné Bissau (APU-PDGB) para contestar contra a maneira como a Comissão Nacional Eleitoral está a levar a cabo o processo das eleições presidenciais de 24 de novembro próximo.
-0- PANA MAD/TBM/MAR/IZ 28out2019