Agência Panafricana de Notícias

UNICEF pede ação para salvar crianças sul-sudanesas

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) – O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) advertiu que centenas de milhares de crianças nas províncias do Sudão do Sul abaladas por crises correm um risco iminente de morte e de doença e que estão expostas à cólera.

O UNICEF anunciou igualmente que as crianças sofrem de desnutrição devido ao conflito neste país, indica um comunicado divulgado esta segunda-feira em previsão à conferência de promessa de doações para uma ajuda humanitária a realizar-se terça-feira em Oslo, a capital norueguesa.

"O sonho dum Sudão do Sul seguro e pacífico está a tornar-se num verdadeiro pesadelo para os seus filhos", declarou a diretora-geral adjunta do UNICEF, Yoka Brandt, citada neste documento.

Segundo ele, há cinco meses que dura este conflito e cerca de 80 porcento das crianças menores dos cinco anos de idade em três dos Estados mais afetados por este conflito, designadamente Jonglei, Upper Nile e Unity, correm um risco acrescido de ficar doentes ou de morrer.

Acrescentou que, mesmo se 80 mil pessoas foram imunizadas contra a cólera, o ministro sul-sudanês da Saúde confirmou uma epidemia de cólera em Juba, a capital do país.

Brandt indica que o número de casos de cólera está a duplicar diariamente, o que. a seu ver, demonstra que esta doença mortal está a propagar-se.

Segundo ela, o UNICEF ajudou a instalar um centro de tratamento da cólera e forneceu tendas para a repartição e o tratamento dos pacientes, material de higiene, água potável e soro de reidratação por via oral.

«Atualmente, as crianças do Sudão do Sul precisam duma ajuda humanitária. Precisam dos seus líderes para proteger as suas vidas, os seus direitos e o seu futuro e querem que o mundo ouça e peça ajuda em seus nomes», acrescentou.

A mais jovem nação do mundo está mergulhada numa crise que eclodiu em meados de dezembro de 2013 por causa de uma divergência política entre o Presidente da República, Salva Kiir e o seu ex-Vice, Riek Machar, obrigado a demitir-se no início deste ano.

Divergências internas culminaram num conflito maior que já fez milhares de mortos obrigando dezenas de milhares de Sul-sudaneses a buscarem refúgios nas bases das Nações Unidas no país.

Os adversários políticos assinaram um acordo há duas semanas em Addis Abeba, na Etiópia, para porem termo aos confrontos.

-0- PANA AA/SEG/FJG/JSG/IBA/FK/DD 19maio2014