PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
UNESCO encoraja diálogo sobre migração árabo-africana
Cairo- Egipto (PANA) -- O sub-director-geral da UNESCO para as Ciências Humanas e Sociais, Pierre Sané, exprimiu quarta-feira no Cairo o desejo de ver instaurado um "diálogo franco e permanente" sobre a migração nas regiões árabe e africana.
Numa entrevista concedida à PANA na capital francesa, Sané disse haver na Europa "um verdadeiro debate sobre a migração e os migrantes estão organizar-se, como o prova o exemplo dos sem pápeis, para defender os seus direitos".
Pelo contrário, disse, na região árabo-africana, esta questão não é abordada.
Falando à margem do Fórum Permanente de Diálogo Árabo-Africano sobre a Democracia e os Direitos Humanos, Sané sublinhou a importância dos fluxos migratórios da África Subsariana para os países árabes e inversamente.
"Esta migração não é unidireccional.
Há hoje perto de 30 mil Libaneses no Senegal, perto de 50 mil outros Libaneses na Côte d'Ivoire e quase um milhão de Egípcios na Líbia", afirmou, insistindo na importância desta migração árabo-africana em relação às deslocações para a Europa.
O sub-director-geral da UNESCO para as Ciências Humanas e Sociais deplorou também o rumo reservado aos migrantes nos países afrianos e árabes.
"Assistimos a espectáculos insuportáveis de linchagem de migrantes africanos na África do Sul onde o acesso aos cuidados continua a ser- lhes recusado nos hospitais públicos.
Outros migrantes foram roubados antes de ser expulsos da Guiné-Equatorial, do Gabão ou da Líbia", lamentou Sané.
Ele considerou que os países africanos e árabes teriam mais legitimidade para reclamar do Ocidente um melhor tratamento dos seus cidadãos imigrantes se eles próprios tratassem com dignidade os migrantes africanos e árabes.
"Penso que se deve começar a limpeza diante da nossa própria porta, quando se pretende que os nossos migrantes sejam melhor tratados pelos outros", disse o responsável na UNESCO, de nacionalidade senegalesa.
"Enquanto Árabes e Africanos que proclamamos a nossa vontade de solidariedade, devemos fazer com que os mais vulneráveis sejam tratados com dignidade.
Necessitamos de espaços de diálogo onde se coloque esta problemática e as soluções", prosseguiu Sané, ex- secretário-geral da Amnistia Inertnacional.
Vários aspectos da migração árabo-africana foram abordados nos dois ateliês deste fórum co-organizado desde segunda-feira no Cairo pela UNESCO e pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos com o objectivo de ajudar os países africanos e árabes a encontrar políticas de gestão dos fluxos migratórios adaptadas às realidades exactas.
Os participantes discutiram igualmente as convenções internacionais sobre a protecção dos migrantes e as suas famílias e a questão dos refugiados e dos deslocados internos.
Os trabalhos do fórum terminam quarta-feira à noite, pela adopção duma Declaração de Cairo sobre a Migração nas Regiões Árabe e Africana.
Numa entrevista concedida à PANA na capital francesa, Sané disse haver na Europa "um verdadeiro debate sobre a migração e os migrantes estão organizar-se, como o prova o exemplo dos sem pápeis, para defender os seus direitos".
Pelo contrário, disse, na região árabo-africana, esta questão não é abordada.
Falando à margem do Fórum Permanente de Diálogo Árabo-Africano sobre a Democracia e os Direitos Humanos, Sané sublinhou a importância dos fluxos migratórios da África Subsariana para os países árabes e inversamente.
"Esta migração não é unidireccional.
Há hoje perto de 30 mil Libaneses no Senegal, perto de 50 mil outros Libaneses na Côte d'Ivoire e quase um milhão de Egípcios na Líbia", afirmou, insistindo na importância desta migração árabo-africana em relação às deslocações para a Europa.
O sub-director-geral da UNESCO para as Ciências Humanas e Sociais deplorou também o rumo reservado aos migrantes nos países afrianos e árabes.
"Assistimos a espectáculos insuportáveis de linchagem de migrantes africanos na África do Sul onde o acesso aos cuidados continua a ser- lhes recusado nos hospitais públicos.
Outros migrantes foram roubados antes de ser expulsos da Guiné-Equatorial, do Gabão ou da Líbia", lamentou Sané.
Ele considerou que os países africanos e árabes teriam mais legitimidade para reclamar do Ocidente um melhor tratamento dos seus cidadãos imigrantes se eles próprios tratassem com dignidade os migrantes africanos e árabes.
"Penso que se deve começar a limpeza diante da nossa própria porta, quando se pretende que os nossos migrantes sejam melhor tratados pelos outros", disse o responsável na UNESCO, de nacionalidade senegalesa.
"Enquanto Árabes e Africanos que proclamamos a nossa vontade de solidariedade, devemos fazer com que os mais vulneráveis sejam tratados com dignidade.
Necessitamos de espaços de diálogo onde se coloque esta problemática e as soluções", prosseguiu Sané, ex- secretário-geral da Amnistia Inertnacional.
Vários aspectos da migração árabo-africana foram abordados nos dois ateliês deste fórum co-organizado desde segunda-feira no Cairo pela UNESCO e pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos com o objectivo de ajudar os países africanos e árabes a encontrar políticas de gestão dos fluxos migratórios adaptadas às realidades exactas.
Os participantes discutiram igualmente as convenções internacionais sobre a protecção dos migrantes e as suas famílias e a questão dos refugiados e dos deslocados internos.
Os trabalhos do fórum terminam quarta-feira à noite, pela adopção duma Declaração de Cairo sobre a Migração nas Regiões Árabe e Africana.