Agência Panafricana de Notícias

UE saúda coragem do povo sudanês na busca de mudança pacífica

Cartum, Sudão ( (PANA)  - A União Europeia (UE) saúda "a coragem extraordinária e a determinação” de que deu prova o povo sudanês na busca duma mudança pacífica, soube a PANA de fonte oficial.

Os elogios da UE foram expressos quarta-feira, em Bruxelas (Bélgica), pela sua alta representante para a Política Externa e Desenvolvimento, Federica Mogherini.

Numa declaração sobre a situação no Sudão, a diploma italiana ao serviço da UE frisou que o povo sudanês “espera que as suas expetativas legítimas sejam tidas em conta por todas as partes e de boa-fé”.

"Uma transferência rápida e ordenada do poder para um órgão de transição civil, dotado de plenos poderes de decisão, representa o único meio de permitir um processo político pacífico credível e inclusivo que possa responder às aspirações da sociedade sudanesa e conduzir a reformas económicas e políticas tão almejadas”, insistiu Mogherini.

Reconheceu no entanto que o Conselho de Transição Militar em Cartum demonstrou a sua vontade de lançar negociações com todas as forças políticas, sublinhando que "os verdadeiros arquitetos desta mudança são o povo sudanês".

Além disso, a responsável da UE indicou que a posição do Conselho de Segurança e Paz da União Africana (CPS/UA), em relação à mudança no Sudão, é “sensata e importante neste contexto”.

Aludia ao prazo de 15 dias dado segunda-feira última ao Conselho de Transição Militar em Cartum para entregar o poder a um regime civil."

"Na situação atual, nós esperamos que todas as partes no Sudão demonstrem  maior moderação, evitem provocar a violência e velem pelo respeito pelas liberdades fundamentais. Os autores de atos de violência e de abusos, agora e no passado, devem responder pelos seus atos", advertiu Mogherini. 

"Para o efeito, a UE lembra que o Estatuto de Roma e a Resolução 1593 da Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas recomendam a obrigação de se cooperar com o Tribunal Penal Internacional (TPI)”, sublinhou.

Além do levantamento do recolher obrigatório, disse a diplomata europeia, novas medidas de confiança tomadas pelo Conselho Militar de Transição permitirão reunir um clima propício às próximas negociações políticas, a fim de se virar uma vez por todas esta página no Sudão.

Paralelamente, o povo sudanês reclama pela libertação dos últimos prisioneiros políticos, dos quais vários estudantes de Darfur (oeste), por um acesso humanitário completo, seguro e sem obstáculos em todo o território nacional, em particular em Darfur.

Também exige reformas imediatas das  forças de segurança.

A chefe da diplomacia europeia diz-se pronta para lançar um diálogo com um órgão de transição civil, um vez instalado, “para definirmos juntos as nossas relações futuras, começando por medidas de apoio imediatas ao povo sudanês que continua a fazer face a uma situação económica e humanitária difícil”.

-0- PANA AR/NFB/JSG/FK/DD  18abril2019