Agência Panafricana de Notícias

UE descarta impacto da crise na zona euro sobre ajuda a Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) - O delegado da Comissão da União Europeia em Cabo Verde, Josep Coll, negou a redução das verbas dedicadas à cooperação com o arquipélago, apesar da crise que afecta a zona euro, soube a PANA na Praia de fonte oficial.

Josep Coll, que participou da reunião semestral do Grupo Local de Seguimento (GLS) da Parceria Especial UE/Cabo Verde, disse quarta-feira na Praia carecer de informação de qualquer país europeu que tenha dificuldade na implementação dos seus projetos no arquipélago, mesmo no quadro da cooperação bilateral.

O representante da UE destacou também que existe um dado muito interessante nas relações com os países europeus, ou seja as remessas dos emigrantes provenientes dessa região continuam a aumentar.

O diplomata de nacionalidade espanhola reconheceu que em alguns países da UE há uma crise financeira que está a trazer algumas dificuldades, mas sublinhou que ainda não há uma repercussão direta dessas dificuldades em Cabo Verde.

"Não vejo nenhum sintoma indicativo disso. É verdade que na comunicação social há alguma discussão, mas não registamos nenhum dado concreto ou real", afirmou.

Josep Coll lembrou que o orçamento definido para a cooperação com o arquipélago até 2014 está a ser cumprido e que, face à avaliação feita sobre os últimos três anos, houve até um ligeiro aumento da disponibilidade financeira.

"É verdade que a situação de Cabo Verde, junto com outros países que estão nestas mesmas condições, isto é, com fragilidades, com algumas dificuldades devido à sua organização territorial, arquipelágica, é complexa. Mas, a vontade é não diminuir a ajuda aos países em desenvolvimento. Cabo Verde precisa agora de alguma energia e nós não a vamos cortar", garantiu.

Referindo-se à reunião do GLS realizada na capital cabo-verdiana Josep Coll esclareceu que ela se insere na preparação de uma outra, alargada a todos os Estados-membros da UE, que decorrerá no final deste mês em Bruxelas, na Bélgica.

Ao fazer a avaliação da parceria especial entre Cabo Verde e a UE, iniciada em 2007, o diplomata espanhol salientou que ela está a decorrer de forma "positiva", embora tenha "abrandado" neste último ano devido à "paragem eleitoral" - eleições legislativas de fevereiro e primeira e segunda volta das presidenciais em agosto.

Para Josep Coll, as condições estão agora criadas para se dar um forte impulso à parceria e aos projetos, assegurando que a crise na Europa, sobretudo na zona euro, ainda não está a ter qualquer repercussão direta em Cabo Verde.

O plano indicativo plurianual da UE em Cabo Verde (2008-2013), no âmbito do 10º Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED), prevê um envelope de montante de 51 milhões de euros destinado ao apoio macroeconómico, às políticas setoriais, aos programas e aos projetos.

Este plano engloba ainda um outro envelope, estimado em 3,1 milhões de euros, destinado a cobrir necessidades imprevistas tais como ajudas de urgência, efeitos nefastos da instabilidade das receitas de exportação, entre outros.

-0- PANA CS/TON 10nov2011