Agência Panafricana de Notícias

UE deplora expulsão de seu representante na RD Congo

Bruxelas, Bélgica (PANA) – A União Europeia (UE) deplorou a decisão do Governo congolês de expulsar um seu representante da República Democrática do Congo (RDC), qualificando-a de “ totalmente injustificada”, de acordo com um comunicado da referida instituição publicado quinta-feira.

A UE manifestou o seu descontentamento logo após o Governo congolês ter decidido que esta última deve convocar o seu diplomata dentro de 48 horas.

Kinshasa acusa a UE de ter decidido manter, desde 10 de dezembro corrente, sanções decretadas contra 15 líderes congoleses próximos do Presidente cessante, Joseph Kabila, dos quais Emmanuel Shadary Ramazani, ex-ministro do Interior e candidato do regime no poder às eleições presidenciais, bem como Lambert Mende, porta-voz do Governo congolês.

As sanções em apreço são o congelamento de haveres bancários das personalidades supracitadas e a proibição de vistos para viajarem para a Europa.

A UE acusa Emmanuel Shadary Ramazni de ter feito reprimido com uma violência extrema manifestações em Kinshasa e em Lubumbashi (extremo sudeste) e ordenado o encarceramento de dezenas de manifestantes.

O diplomata europeu expulso, Bart Ouvry, é de nacionalidade belga, numa altura em que as relações entre a Bélgica e a RD Congo deterioraram-se seriamente.

Há um ano, a Bélgica já não está representada por um embaixador em Kinshasa, e,paralelamente, a RD Congo recusa-se a nomear um novo embaixador em Bruxelas.

Bart Ouvry foi, nomeadamente, encarregue da Casa Schengen, representação diplomática, em Kinshasa, que se ocupava da emissão de vistos de entrada para Congoleses desejosos de se viajar para países europeus da zona Schengen.

Por ordem do Governo congolês, a Casa Schengen está encerrada, há mais de um ano, no quadro das medidas de retorsão contra a Bélgica.

A tensão diplomática entre as duas partes aumentou, enquanto os Congoleses estão prontos para irem às urnas, no próximo domingo, para eleições presidenciais a decorrerem no caos total.

Não só, o material eleitoral ainda não foi instalado em todo este imenso país, por falta de aviões, mas também o regime no poder em Kinshasa decidiu adiar as eleições presidenciais para março de 2019 em três cidades do país, designadamente Beni, Butembo (leste) e Vunzi (centro-oeste), excluindo assim quase dois milhões de eleitores desta operação.

Que validade terá um escrutínio, do qual dois milhões de cidadãos Congoleses estão privados?, interroga-se em Kinshasa.

A votação foi adiada em Beni devido à epidemia do vírus de Ébola, que já matou mais de 300 pessoas.

Porém, a Bélgica está disposta a enviar à RD Congo várias equipas de socorristas experientes, que lidaram, com eficácia, com a epidemia de Ébola na África Ocidental, há alguns anos.

-0- PANA AK/JSG/IBA/FK/DD 28dez2018