PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
UE denuncia 20 mortos e vários feridos em violências pré-eleitorais no Burundi
Bujumbura, Burundi (PANA) – Houve quase 20 mortos e vários feridos, alguns dos quais muito graves, além dum grande número de outras pessoas detidas”, como uma “resposta repressiva” às manifestações ocorridas nas últimas duas semanas contra a candidatura do chefe de Estado burundês cessante, Pierre Nkurunziza, às eleições presidenciais de 26 de junho próximo.
Estas denúncias foram feitas segunda-feira última numa conferência de imprensa pelo chefe da missão de observação eleitoral da UE no Burundi, David Martin.
Como se não bastasse, as condições no terreno e o medo da violência levaram igualmente « dezenas de milhares de cidadãos burundeses a fugirem das suas casas e do seu país », acrescentou o responsável europeu, deplorando que estes não possam votar.
Responsabilizou os atores políticos locais, evocando declarações feitas na semana passada pela procuradora do Tribunal Penal Internacional (TPI), a Gambiana Fatou Bensouda, sobre as violências pré-eleitorais no Burundi.
Bentsuda sublinhou que a competição eleitoral pode descambar em crimes à grande escala que possam interpelar a jurisdição do TPI, referiu-se.
Acrescentou que a procuradora do TPI insistiu também no facto de que as violências eleitorais não são em caso nenhum inevitáveis.
"Estou inteiramente de acordo com ela e desejaria sublinhar que é tempo, aqui no Burundi, de restabelecer as liberdades, a neutralidade das instituições públicas, bem como o respeito pela pluralidade política e pela diversidade de opinião, suscetíveis de permitir um processo eleitoral credível", indicou.
O encerramento dos órgãos de comunicação, tal como a Rádio Pública Pan-Africana (RPA, a mais ouvida do país) ou restrições infligidas a outros órgãos para não poderem emitir à escala nacional são "inaceitáveis" em termos de normas internacionais para eleições democráticas, afirmou ainda o diplomata europeu, antes de recomendar o fim destas limitações "de forma incondicional".
Da mesma forma, jornalistas têm direito ao respeito e à proteção por parte dos decisores públicos, em relação ao papel essencial que eles desempenham no processo eleitoral.
Segundo Martin, os órgãos de comunicação não oferecem unicamente um espaço de expressão aos partidos políticos para mensagens, mas eles precisam igualmente de liberdade para poderem cobrir e analisar eventos e seus desenvolvimentos para seus públicos.
"Além disso, os órgãos de comunicação desempenham um papel crucial ao darem informações aos eleitores sobre o processo eleitoral no qual eles participam. Neste preciso momento, os órgãos da comunicação não estão em condições de desempenhar estas funções essenciais e, se nestas circunstâncias difíceis, fosse necessário ou útil atrasar as eleições autárquicas e legislativas, compreendê-lo-íamos”, concluiu.
A partir de Muyinga, uma província do nordeste do país, o chefe de Estado burundês, Pierre Nkurunzia, lançou oficialmente a campanha do seu partido para as autárquicas e legislativas combinadas marcadas para 26 de maio corrente.
Aproveitando as circunstâncias, Nkurunziza excluiu qualquer adiamento no calendário eleitoral afirmando que, mesmo a Nigéria e o Mali não tomaram este tipo de medidas num passado recente.
Porém, o chefe de Estado cessante esqueceu que os dois países da África Ocidental estavam recentemente confrontados com uma insegurança à grande escala ligada às violências da seita religiosa Boko Haram e a uma revolta armada contra o poder instalada em Bamako, a capital maliana, respetivamente.
Na origem destas violências pré-eleitorais no Burundi está sobretudo o terceiro mandato presidencial que Nkurunziza quer se dar, violando assim a constituição do país que limita o número deste mandato a apenas dois.
-0- PANA FB/TBM/SOC/FK/DD 12maio015
Estas denúncias foram feitas segunda-feira última numa conferência de imprensa pelo chefe da missão de observação eleitoral da UE no Burundi, David Martin.
Como se não bastasse, as condições no terreno e o medo da violência levaram igualmente « dezenas de milhares de cidadãos burundeses a fugirem das suas casas e do seu país », acrescentou o responsável europeu, deplorando que estes não possam votar.
Responsabilizou os atores políticos locais, evocando declarações feitas na semana passada pela procuradora do Tribunal Penal Internacional (TPI), a Gambiana Fatou Bensouda, sobre as violências pré-eleitorais no Burundi.
Bentsuda sublinhou que a competição eleitoral pode descambar em crimes à grande escala que possam interpelar a jurisdição do TPI, referiu-se.
Acrescentou que a procuradora do TPI insistiu também no facto de que as violências eleitorais não são em caso nenhum inevitáveis.
"Estou inteiramente de acordo com ela e desejaria sublinhar que é tempo, aqui no Burundi, de restabelecer as liberdades, a neutralidade das instituições públicas, bem como o respeito pela pluralidade política e pela diversidade de opinião, suscetíveis de permitir um processo eleitoral credível", indicou.
O encerramento dos órgãos de comunicação, tal como a Rádio Pública Pan-Africana (RPA, a mais ouvida do país) ou restrições infligidas a outros órgãos para não poderem emitir à escala nacional são "inaceitáveis" em termos de normas internacionais para eleições democráticas, afirmou ainda o diplomata europeu, antes de recomendar o fim destas limitações "de forma incondicional".
Da mesma forma, jornalistas têm direito ao respeito e à proteção por parte dos decisores públicos, em relação ao papel essencial que eles desempenham no processo eleitoral.
Segundo Martin, os órgãos de comunicação não oferecem unicamente um espaço de expressão aos partidos políticos para mensagens, mas eles precisam igualmente de liberdade para poderem cobrir e analisar eventos e seus desenvolvimentos para seus públicos.
"Além disso, os órgãos de comunicação desempenham um papel crucial ao darem informações aos eleitores sobre o processo eleitoral no qual eles participam. Neste preciso momento, os órgãos da comunicação não estão em condições de desempenhar estas funções essenciais e, se nestas circunstâncias difíceis, fosse necessário ou útil atrasar as eleições autárquicas e legislativas, compreendê-lo-íamos”, concluiu.
A partir de Muyinga, uma província do nordeste do país, o chefe de Estado burundês, Pierre Nkurunzia, lançou oficialmente a campanha do seu partido para as autárquicas e legislativas combinadas marcadas para 26 de maio corrente.
Aproveitando as circunstâncias, Nkurunziza excluiu qualquer adiamento no calendário eleitoral afirmando que, mesmo a Nigéria e o Mali não tomaram este tipo de medidas num passado recente.
Porém, o chefe de Estado cessante esqueceu que os dois países da África Ocidental estavam recentemente confrontados com uma insegurança à grande escala ligada às violências da seita religiosa Boko Haram e a uma revolta armada contra o poder instalada em Bamako, a capital maliana, respetivamente.
Na origem destas violências pré-eleitorais no Burundi está sobretudo o terceiro mandato presidencial que Nkurunziza quer se dar, violando assim a constituição do país que limita o número deste mandato a apenas dois.
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