UA e CEDEAO condenam detenção de Presidente interino e PM no Mali
Bamako, Mali (PANA) - Os presidentes da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, e da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Jean Claude Brou, condenaram "energicamente" a detenção, na segunda-feira, pelos militares do Presidente da Transição no Mali, Bah N'Daw, e do seu primeiro-ministro, Moctar Ouane, bem como de alguns dos seus colaboradores.
Num comunicado conjunto, emitido ontem à noite, consideram que "este ato extremamente grave não pode em caso algum ser tolerado ao abrigo das disposições pertinentes da CEDEAO e da União Africana" e apelaram aos militares para que regressassem aos seus quartéis.
Dizem seguir "com grande preocupação a evolução da situação política no Mali", exigem "a libertação imediata e incondicional das autoridades mantidas nos quarteis e convidam as partes malianas priorizar o espírito de diálogo e responsabilidade a fim de resolver os mal-entendidos em torno da formação do governo".
"Em todos os casos, o respeito pelo consenso político que, até agora, fundou a Transição no Mali é o único caminho a seguir", considera , apelando aos seus parceiros internacionais para « uma solidariedade ativa para com a UA e a CEDEAO em apoio do sucesso da Transição no Mali".
Na segunda-feira, após a publicação da lista da nova equipa governamental, soldados descontentes capturaram o Presidente da Transição e o primeiro-ministro que foram levados ao campo militar de Kati, a cerca de 15 quilómetros da capital, Bamako.
Os coronéis Sadio Camara e Modibo Koné, que lideraram o golpe de Estado de 18 de agosto último contra o Presidente Ibrahim Boubacar Keita, não fizeram parte do governo, tendo sido substituídos por dois generais nos Ministérios da Defesa e da Segurança, o que estaria aparentemente na origem desse novo incidente.
-0- PANA GT/JSG/DIM/IZ 25maio2021