Agência Panafricana de Notícias

UA ameaça recusar resultado de presidenciais em Madagáscar

Addis Abeba, Etiópia (PANA) – A União Africana (UA) vai negar o reconhecimento dos resultados das eleições presidenciais previstas para julho próximo em Madagáscar se o problema de algumas candidaturas ao escrutínio não for resolvido, disse sexta-feira em Addis Abeba, na Etiópia, o medianeiro da crise malgaxe, o antigo Presidente moçambicano, Joaquim Chissano.

"A posição da UA sobre a questão é muito clara: não vamos reconhecer o vencedor das presidenciais enquanto as candidaturas de Didier Ratsiraka, de Andry Rajoelina e de Lalao Ravalomanana forem mantidas", explicou Chissano, medianeiro da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), a um grupo de jornalistas na capital etiópe.

"O resultado será ainda menos aceitável se Andry Rajoelina se declarar vencedor desta eleição", afirmou o antigo chefe de Estado moçambicano, que assegurou que a suspensão de Madagáscar será mantida se o escrutínio presidencial não for realizado em "condições aceitáveis".

"Seria fácil perpetrar um golpe de Estado, organizar depois eleições aparentes e depois ganhá-las e tornar-se democrata. A UA não aceitará que este cenário aconteça em Madagáscar e se as partes malgaxes persistirem a fazê-lo o assento do país continuará vago na UA", advertiu Chissano.

Segundo uma fonte segura, o 23º Conselho Executivo da UA, que encerra esta sexta-feira na capital etíope, aprovou a proposta da SADC que exige a retirada das candidaturas de Rajoelina, de Ratsiraka e de Laloa Ravolamanana das presidenciais.

Desde 2009, Madagáscar está suspenso da UA em aplicação das sanções causadas pelas mudanças de regimes anti-constitucionais.

-0- PANA SEI/JSG/CJB/TON 24maio2013