PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Tunísia toma medidas contra ameaças climáticas
Túnis- Tunísia (PANA) -- As mudanças climáticas fazem pesar ameaças sobre a Tunísia a meio e longo prazos se o fenómeno não for atenuado com celeridade, segundo um estudo estratégico sobre a adaptação a estas alterações.
O documento elaborado pelo Ministério tunisino da Agricultura com o concurso da Agência Alemã de Cooperação, GTZ, prevê um aumento da temperatura de 1,1 grau até 2030 e de 2,1 graus no horizonte 2050.
"Não é pouco, quando se sabe que a actual diferença de temperatura entre Túnis (norte) e Gabès (sul) é de 1,2 graus", indicou em entrevista à PANA Zouhair Helaoui, doutorado em climatologia.
Os autores do estudo dão conta, por outro lado, de perturbações no regime pluviométrico e duma baixa dos recursos hídricos que poderá atingir 28 por cento em 2030.
As mudanças climáticas devidas às emissões de gás com efeito estufa (GEE), incluindo essencialmente o dióxido de carbono (CO2) ameaçam igualmente engendrar anos secos sucessivos e, por todos os lados, um recuo da produção agrícola na Tunísia, nomeadamente de olivais e culturas cerealíeras, bem como um impacto sobre o equilíbrio de ecossistemas como os lagos.
No plano social, estas mudanças podem provocar "fenómenos extremos" como as inundações que podem causar deslocamentos forçados das populações, em particular as estabelecidas nos leitos dos cursos de água onde a seca ocasiona vítimas geralmente denominadas "refugiados climáticos".
O perito nota contudo que uma tal migração interna teria proporções reduzidas na Tunísia tendo em conta a pequena superfície do país (162 mil quilómetros quadrados).
Para conter estas ameaças, as partes interessadas, entre organismos estatais, formações políticas, incluindo o partido ecológico dos verdes e várias organizações da sociedade civil que militam no domínio do ambiente, estão prontas para elaborar mecanismos denominados de "desenvolvimento próprio".
Zouhair Helaoui, também membro da Associação Tunisina sobre as Mudanças Climática e Desenvolvimento Sustentável (ATCCDD), cita medidas tomadas pelo Governo para encorajar as indústrias a produzir menos GEE, nomeadamente a interdição de construir sobre os leitos de cursos de água e perto do domínio público marítimo (DPM), para prevenir os riscos eventuais de inundações e elevação do nível do mar.
Para além disso, vários projectos são aplicados no quadro da cooperação internacional para "produzir verde" e desenvolver as energias renováveis, nomeadamente solar e eólica.
Irresponsável pelos "efeitos nefastos" das mudanças climáticas, uma vez que a sua industrialização só se iniciou nos anos 1970, a Tunísia é antes "vítima", afirma Helaoui, que acusa os países desenvolvidos de causarem a accumulação das emissões do GEE desde a época industrial no século XVII.
Para ilustrar o quadro, nota que os Estados Unidos produzem um terço do GEE no mundo, e os países da Europa Ocidental perto de 20 por cento, ou seja cerca de 50 por cento das emissões no mundo.
A título comparativo, Zouhair Helaoui revela que os países da África do Norte e os árabes produzem juntos menos de dois porcento destes gáses.
Na Tunísia, a produção de GEE devida ao crescimento e ao aumento da população duplicou de 1990 a 2003, passando de 14 mil toneladas de CO2 a mais de 22 mil toneladas segundo um estudo da Agência Nacional para o Controlo da Energia (ANME).
Estas emissões provêm de vários sectores de actividade dos quais, por ordem de importância, a indústria energética, as indústrias, o transporte, o sector terciário e a agricultura.
O documento elaborado pelo Ministério tunisino da Agricultura com o concurso da Agência Alemã de Cooperação, GTZ, prevê um aumento da temperatura de 1,1 grau até 2030 e de 2,1 graus no horizonte 2050.
"Não é pouco, quando se sabe que a actual diferença de temperatura entre Túnis (norte) e Gabès (sul) é de 1,2 graus", indicou em entrevista à PANA Zouhair Helaoui, doutorado em climatologia.
Os autores do estudo dão conta, por outro lado, de perturbações no regime pluviométrico e duma baixa dos recursos hídricos que poderá atingir 28 por cento em 2030.
As mudanças climáticas devidas às emissões de gás com efeito estufa (GEE), incluindo essencialmente o dióxido de carbono (CO2) ameaçam igualmente engendrar anos secos sucessivos e, por todos os lados, um recuo da produção agrícola na Tunísia, nomeadamente de olivais e culturas cerealíeras, bem como um impacto sobre o equilíbrio de ecossistemas como os lagos.
No plano social, estas mudanças podem provocar "fenómenos extremos" como as inundações que podem causar deslocamentos forçados das populações, em particular as estabelecidas nos leitos dos cursos de água onde a seca ocasiona vítimas geralmente denominadas "refugiados climáticos".
O perito nota contudo que uma tal migração interna teria proporções reduzidas na Tunísia tendo em conta a pequena superfície do país (162 mil quilómetros quadrados).
Para conter estas ameaças, as partes interessadas, entre organismos estatais, formações políticas, incluindo o partido ecológico dos verdes e várias organizações da sociedade civil que militam no domínio do ambiente, estão prontas para elaborar mecanismos denominados de "desenvolvimento próprio".
Zouhair Helaoui, também membro da Associação Tunisina sobre as Mudanças Climática e Desenvolvimento Sustentável (ATCCDD), cita medidas tomadas pelo Governo para encorajar as indústrias a produzir menos GEE, nomeadamente a interdição de construir sobre os leitos de cursos de água e perto do domínio público marítimo (DPM), para prevenir os riscos eventuais de inundações e elevação do nível do mar.
Para além disso, vários projectos são aplicados no quadro da cooperação internacional para "produzir verde" e desenvolver as energias renováveis, nomeadamente solar e eólica.
Irresponsável pelos "efeitos nefastos" das mudanças climáticas, uma vez que a sua industrialização só se iniciou nos anos 1970, a Tunísia é antes "vítima", afirma Helaoui, que acusa os países desenvolvidos de causarem a accumulação das emissões do GEE desde a época industrial no século XVII.
Para ilustrar o quadro, nota que os Estados Unidos produzem um terço do GEE no mundo, e os países da Europa Ocidental perto de 20 por cento, ou seja cerca de 50 por cento das emissões no mundo.
A título comparativo, Zouhair Helaoui revela que os países da África do Norte e os árabes produzem juntos menos de dois porcento destes gáses.
Na Tunísia, a produção de GEE devida ao crescimento e ao aumento da população duplicou de 1990 a 2003, passando de 14 mil toneladas de CO2 a mais de 22 mil toneladas segundo um estudo da Agência Nacional para o Controlo da Energia (ANME).
Estas emissões provêm de vários sectores de actividade dos quais, por ordem de importância, a indústria energética, as indústrias, o transporte, o sector terciário e a agricultura.