Agência Panafricana de Notícias

Tunísia e França juntas contra partida de cidadãos seus para Síria e Iraque

Túnis, Tunísia (PANA) – A Tunísia e França tomaram disposições para prevenir a partida dos seus respetivos cidadãos desejosos de ir combater na Síria e no Iraque, anunciou segunda-feira o ministro francês do Interior, Bernard Caseneuve.

« A luta contra o terrorismo nos fiz respeito diretamente, já que vários cidadãos tunisinos e franceses partem para a Síria, o Iraque, mas também para a Líbia a fim de perpetrar ações terroristas, o que representa um perigo para os nossos dois países », alertou o responsável francês durante uma conferência de imprensa.

Os Tunisinos possuem o maior contingente de combatentes estrangeiros na organização jihadista radical do Estado islâmico, conhecido também sob a denominação árabe como Daech, enquanto Franceses, estimados em mil elementos, estão igualmente lá, segundo fontes oficiais.

Segundo ele, estas disposições visam reforçar o controlo nas fronteiras e intensificar a cooperação entre os serviços de segurança e de Polícia.

Durante uma visita de 24 horas à Tunísia, Caseneuve encontrou-se com o chefe do Governo, Mehdi Jomaa, e com o seu homólogo, Lofti Ben Jeddou, bem como com o ministro encarregue da Segurança, Ridha Sfar.

Ele precisou que os encontros permitiram analisar “a luta contra todas as formas de criminalidade organizada e a emigração clandestina ».

As duas partes decidiram cooperar no domínio da cibercriminalidade para identificar e desmantelar setores criminosos implantados nomeadamente na Líbia devido à situação caótica prevalecente neste país.

« Devido à implantação destes setores na Líbia, decidimos realizar juntos ações e fazer com que estas redes que se organizam na Internet possam ser desmanteladas via Internet », declarou.

Denunciou « o cinismo desumanizante dos passadores que levam pessoas vulneráveis, das quais crianças e mulheres, à morte utilizando embarcações vetustas ».

Afirmou que França está disposta a fornecer à Tunísia equipamentos biométricos e de rádio para lutar contra a migração irregular.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mais de duas mil e 200 pessoas morreram ou foram dadas como desaparecidas quando tentavam penetrar no Mediterrâneo desde junho último.

Cento e 30 mil pessoas chegaram à Europa atravessando o mar Mediterrâneo desde 1 de janeiro último, ou seja mais do duplo que durante todo o ano de 2013, de acordo o ACNUR.

-0-PANA BB/BEH/SOC/FK/DD 12nov2014