PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Tunísia caminha para unidade depois da corrida para pluralismo
Túnis, Tunísia (PANA) – A classe política tunisina está a viver, atualmente, uma nova recomposição a nível dos partidos, nomeadamente depois do último consenso que criou um clima de alívio político, dando a esperança aosTunisinos da concretização de um roteiro e da escolha definitiva da data para as próximas eleições legislativas e presidenciais.
Este compromisso político maior está na origem da avaliação feita pelos partidos políticos do trabalho cumprido e da experiência adquirida num clima político caraterizado por lutas e contradições ideológicas e pela superabundância de partidos políticos estimados em cerca de 150 formações, nascidas depois da Primavera Árabe que continua ainda a constituir partidos, pequenos ou grandes.
Face a esta situação, numerosos observadores perguntam-se sobre as razões da criação de todos estes partidos num pequeno país como a Tunísia.
"Será que a existência de todas estas formações políticas traduz realmente as preocupações e as aspirações do povo? Será que o cidadão pode aproveitar esta superabundância de partidos? Finalmente, será que a vitalidade de uma democracia se mede pelo número de partidos, sobretudo sabendo que é impossível identificar cada partido pela orientação ideológica própria?", Interrogam-se observadores da cena política na Tunísia.
È certamente compreensível ver-se um número tão grande de partidos políticos formar-se num país que sofreu, durante muito tempo, a repressão, a marginalização e a ausência total de liberdade política e de expressão, situação que durou mais de cinquenta anos, isto é desde a acessão do país à soberania internacional, em 1956.
Com efeito, por causa do estrangulamento político que prevaleceu no tempo de Bourguiba (primeiro Presidente da Tunísia) e do reino absoluto de Ben Ali, o seu sucessor, a cena política na Tunísia caraterizou-se, depois da revolução de 2011, por uma afluência sem precedente de partidos com todos os tipos de ideologias, de que os iniciadores envidaram esforços para achar nomes e programas atrativos, para apresentá-los ao povo como alternativas validades ao antigo regime ditatorial.
En effet, à cause de l’asphyxie politique qui a prévalu au temps de Bourguiba (premier président de la Tunisie) et le règne absolu de Ben Ali, son successeur, la scène politique en Tunisie a été caractérisée, au lendemain de la révolution de 2011, par une bousculade sans précédent de partis avec toutes sortes de couleurs dont les initiateurs ont déployé des efforts pour leur trouver des noms et programmes attractifs, afin de les présenter au peuple comme des alternatives valables à l’ancien régime dictatorial.
No entanto, esta multitude de partidos que vão da extrema direita à extrema esquerda, dos quais alguns se reclamam da religião, outros da laicidade e outros ainda sem referência ideológica são, segundo inteletuais e professores de universidade, à origem da divisão de Tunisinos diante dos problemas do país.
Mais cette multitude de partis qui vont de l’extrême droite à l’extrême gauche, dont certains se réclament de la religion, d’autres de la laïcité et d’autres encore sans référence idéologique sont, selon des intellectuels et des professeurs d’universités, à l’origine de la division des tunisiens devant les problèmes du pays.
Pior ainda, para alguns analistas, a superabundância de partidos é simplesmente um desvio dos objetivos da revolução, pois estes partidos são responsáveis em grande parte, por causa das suas divergências políticas, do desamparo da sociedade tunisina, ajudados nisto pelo tratamento mediático, nomeadamente audiovisual, muito pouco profissional desta situação.
Pire, pour certains analystes, le pléthore de partis est tout simplement un détournement des objectifs de la révolution car ils ont une part importante, à cause de leurs tiraillements politiques, du désarroi de la société tunisienne, aidés en cela par le traitement médiatique, notamment audiovisuel, très peu professionnel de cette situation.
Também, segundo ainda os observadores, a maioria destes partidos estão de conivência com forças estrangeiras, pois não se contam os encontros diários entre os chefes destes partidos e as embaixadas de países como os Estados Unidos, a França e a Grã-Bretanha?
Il s’y ajoute, selon toujours les observateurs, que la plupart de ces partis sont de connivence avec des forces étrangères, car combien de rencontres sont dénombrées quotidiennement entre les chefs de ces partis et les ambassades de pays comme les Etats-Unis, la France et la Grande-Bretagne?
Cependant, la vague de libertés et l’Etat de soulagement notés dans le pays à la suite de la chute du régime de Ben Ali ont naturellement donné naissance à une liberté d’expression à la hauteur du refoulement longtemps contenu en leur for intérieur par les Tunisiens.
No entanto, face às próximas eleições e à necessidade de conseguir um lugar na cena política, os partidos, nestes últimos tempos, tendem a agruparem-se em família ideológica.
Mais, face aux échéances à venir et à la nécessité de trouver la place sur la scène politique, les partis ont, ces derniers temps, tendance à se regrouper en famille idéologique.
Este procedimento é essencialmente motivado pela sua vontade de participar nas próximas eleições, tendo em conta a experiência tirada dos últimos escrutínios durante os quais, a divisão de pequenas formações políticas beneficiou ao movimento Ennahda que, graças à sua lista única, a obteve a maioria dos assentos na Assembleia Nacional Constituinte (Parlamento).
Cette démarche est essentiellement motivée par leur volonté de participer aux prochaines élections en prenant en compte l’expérience tirée des dernières joutes électorales au cours desquelles, la division des petites formations politiques a profité au mouvement Ennahda qui, grâce à sa liste unique, a obtenu la majorité des sièges à l’Assemblée nationale constituante (Parlement).
Portanto, a vitória do movimento Ennahda ocasionou novas recomposições e incentivou à formação de novas coligações de partidos que, doravante, se posicionam na perspetiva das próximas eleições.
La victoire du mouvement Ennahda a donc donné lieu à de nouvelles recompositions et incité à la formation de nouvelles coalitions de partis qui se place désormais dans la perspective de nouvelles échéances électorales.
É neste âmbito que é preciso situar a vontade dos partidos, grandes e pequenos, cada um, segundo as suas próprias realidades, de se posicionarem na cena política do país.
No entanto, apesar desta vontade de união, alguns partidos, motivados por interesses egoístas dos seus membros, oferecem um clima de desunião muito difícil de explicar.
Assim, o movimento Ennahda, usado por dois anos de poder, depois das eleições de 2011, deve ultrapassar as disputas internas marcadas por numerosas demissões, frustrando evidentemente as esperanças que o povo tinha depositado nele.
Se os partidos de esquerda não evoluíram muito no seu discurso e na sua composição, a Troïka, pelo contrário, formada pelo partido islamita Ennahda, primeira formação política do país com 89 deputados dos 217, o Congresso para a República (CPR) com 15 deputados e Ettakatol com 13 deputados, está a desunir-se de modo perigoso, depois da demissão sucessiva de alguns dos seus quadros.
A coligação União para a Tunísia não fge à regra por ter registado a retirada do Partido Republicano, que põe termo à sua participação neste agrupamento político fundado por cinco partidos do centro e da esquerda moderada.
Trata-se, além do Partido Republicano, do Movimento Nida Tounes, da Via Democrática e Social (Al-Massar), do Partido Socialista e do Partido do Trabalho Patriótico e Democrático (PTPD).
Neste clima, observadores consideram que os separados de hoje vão provavelmente tornar-se futuros parceiros, enquanto os coligados de hoje serão divididos por interesses partidários, mais tarde.
Ás antípodas desta situação confusa que carateriza a maioria dos partidos nascidos depois da revolução, os que se identificam com o primeiro Presidente da Tunísia, Habib Bourguiba, chamam a atenção dos observadores pela sua presença notável na cena política ao colocarem à frente, nomeadamente, figuras famosas como o antigo primeiro-ministro, Hamad Karaoui.
Com base no que precede, vários partidos vão, ou desaparecer ou integrar coligações cujos sinais começam, portanto, a surgir na cena, o que leva numerosos observadores a dizerem que apenas as formações sólidas financeiramente ou influentes no plano mediático, sobreviverão à situação atual.
-0- PANA AD/IN/AAS/SOC/CJB/DD 13jan2014
Este compromisso político maior está na origem da avaliação feita pelos partidos políticos do trabalho cumprido e da experiência adquirida num clima político caraterizado por lutas e contradições ideológicas e pela superabundância de partidos políticos estimados em cerca de 150 formações, nascidas depois da Primavera Árabe que continua ainda a constituir partidos, pequenos ou grandes.
Face a esta situação, numerosos observadores perguntam-se sobre as razões da criação de todos estes partidos num pequeno país como a Tunísia.
"Será que a existência de todas estas formações políticas traduz realmente as preocupações e as aspirações do povo? Será que o cidadão pode aproveitar esta superabundância de partidos? Finalmente, será que a vitalidade de uma democracia se mede pelo número de partidos, sobretudo sabendo que é impossível identificar cada partido pela orientação ideológica própria?", Interrogam-se observadores da cena política na Tunísia.
È certamente compreensível ver-se um número tão grande de partidos políticos formar-se num país que sofreu, durante muito tempo, a repressão, a marginalização e a ausência total de liberdade política e de expressão, situação que durou mais de cinquenta anos, isto é desde a acessão do país à soberania internacional, em 1956.
Com efeito, por causa do estrangulamento político que prevaleceu no tempo de Bourguiba (primeiro Presidente da Tunísia) e do reino absoluto de Ben Ali, o seu sucessor, a cena política na Tunísia caraterizou-se, depois da revolução de 2011, por uma afluência sem precedente de partidos com todos os tipos de ideologias, de que os iniciadores envidaram esforços para achar nomes e programas atrativos, para apresentá-los ao povo como alternativas validades ao antigo regime ditatorial.
En effet, à cause de l’asphyxie politique qui a prévalu au temps de Bourguiba (premier président de la Tunisie) et le règne absolu de Ben Ali, son successeur, la scène politique en Tunisie a été caractérisée, au lendemain de la révolution de 2011, par une bousculade sans précédent de partis avec toutes sortes de couleurs dont les initiateurs ont déployé des efforts pour leur trouver des noms et programmes attractifs, afin de les présenter au peuple comme des alternatives valables à l’ancien régime dictatorial.
No entanto, esta multitude de partidos que vão da extrema direita à extrema esquerda, dos quais alguns se reclamam da religião, outros da laicidade e outros ainda sem referência ideológica são, segundo inteletuais e professores de universidade, à origem da divisão de Tunisinos diante dos problemas do país.
Mais cette multitude de partis qui vont de l’extrême droite à l’extrême gauche, dont certains se réclament de la religion, d’autres de la laïcité et d’autres encore sans référence idéologique sont, selon des intellectuels et des professeurs d’universités, à l’origine de la division des tunisiens devant les problèmes du pays.
Pior ainda, para alguns analistas, a superabundância de partidos é simplesmente um desvio dos objetivos da revolução, pois estes partidos são responsáveis em grande parte, por causa das suas divergências políticas, do desamparo da sociedade tunisina, ajudados nisto pelo tratamento mediático, nomeadamente audiovisual, muito pouco profissional desta situação.
Pire, pour certains analystes, le pléthore de partis est tout simplement un détournement des objectifs de la révolution car ils ont une part importante, à cause de leurs tiraillements politiques, du désarroi de la société tunisienne, aidés en cela par le traitement médiatique, notamment audiovisuel, très peu professionnel de cette situation.
Também, segundo ainda os observadores, a maioria destes partidos estão de conivência com forças estrangeiras, pois não se contam os encontros diários entre os chefes destes partidos e as embaixadas de países como os Estados Unidos, a França e a Grã-Bretanha?
Il s’y ajoute, selon toujours les observateurs, que la plupart de ces partis sont de connivence avec des forces étrangères, car combien de rencontres sont dénombrées quotidiennement entre les chefs de ces partis et les ambassades de pays comme les Etats-Unis, la France et la Grande-Bretagne?
Cependant, la vague de libertés et l’Etat de soulagement notés dans le pays à la suite de la chute du régime de Ben Ali ont naturellement donné naissance à une liberté d’expression à la hauteur du refoulement longtemps contenu en leur for intérieur par les Tunisiens.
No entanto, face às próximas eleições e à necessidade de conseguir um lugar na cena política, os partidos, nestes últimos tempos, tendem a agruparem-se em família ideológica.
Mais, face aux échéances à venir et à la nécessité de trouver la place sur la scène politique, les partis ont, ces derniers temps, tendance à se regrouper en famille idéologique.
Este procedimento é essencialmente motivado pela sua vontade de participar nas próximas eleições, tendo em conta a experiência tirada dos últimos escrutínios durante os quais, a divisão de pequenas formações políticas beneficiou ao movimento Ennahda que, graças à sua lista única, a obteve a maioria dos assentos na Assembleia Nacional Constituinte (Parlamento).
Cette démarche est essentiellement motivée par leur volonté de participer aux prochaines élections en prenant en compte l’expérience tirée des dernières joutes électorales au cours desquelles, la division des petites formations politiques a profité au mouvement Ennahda qui, grâce à sa liste unique, a obtenu la majorité des sièges à l’Assemblée nationale constituante (Parlement).
Portanto, a vitória do movimento Ennahda ocasionou novas recomposições e incentivou à formação de novas coligações de partidos que, doravante, se posicionam na perspetiva das próximas eleições.
La victoire du mouvement Ennahda a donc donné lieu à de nouvelles recompositions et incité à la formation de nouvelles coalitions de partis qui se place désormais dans la perspective de nouvelles échéances électorales.
É neste âmbito que é preciso situar a vontade dos partidos, grandes e pequenos, cada um, segundo as suas próprias realidades, de se posicionarem na cena política do país.
No entanto, apesar desta vontade de união, alguns partidos, motivados por interesses egoístas dos seus membros, oferecem um clima de desunião muito difícil de explicar.
Assim, o movimento Ennahda, usado por dois anos de poder, depois das eleições de 2011, deve ultrapassar as disputas internas marcadas por numerosas demissões, frustrando evidentemente as esperanças que o povo tinha depositado nele.
Se os partidos de esquerda não evoluíram muito no seu discurso e na sua composição, a Troïka, pelo contrário, formada pelo partido islamita Ennahda, primeira formação política do país com 89 deputados dos 217, o Congresso para a República (CPR) com 15 deputados e Ettakatol com 13 deputados, está a desunir-se de modo perigoso, depois da demissão sucessiva de alguns dos seus quadros.
A coligação União para a Tunísia não fge à regra por ter registado a retirada do Partido Republicano, que põe termo à sua participação neste agrupamento político fundado por cinco partidos do centro e da esquerda moderada.
Trata-se, além do Partido Republicano, do Movimento Nida Tounes, da Via Democrática e Social (Al-Massar), do Partido Socialista e do Partido do Trabalho Patriótico e Democrático (PTPD).
Neste clima, observadores consideram que os separados de hoje vão provavelmente tornar-se futuros parceiros, enquanto os coligados de hoje serão divididos por interesses partidários, mais tarde.
Ás antípodas desta situação confusa que carateriza a maioria dos partidos nascidos depois da revolução, os que se identificam com o primeiro Presidente da Tunísia, Habib Bourguiba, chamam a atenção dos observadores pela sua presença notável na cena política ao colocarem à frente, nomeadamente, figuras famosas como o antigo primeiro-ministro, Hamad Karaoui.
Com base no que precede, vários partidos vão, ou desaparecer ou integrar coligações cujos sinais começam, portanto, a surgir na cena, o que leva numerosos observadores a dizerem que apenas as formações sólidas financeiramente ou influentes no plano mediático, sobreviverão à situação atual.
-0- PANA AD/IN/AAS/SOC/CJB/DD 13jan2014