Tribunal Supremo valida 13 candidaturas às presidenciais na Guiné-Bissau
Ziguinchor, Senegal (PANA) – O Tribunal Supremo de Justiça da Guiné-Bissau validou 13 das 19 candidaturas às eleições presidenciais de 24 de novembro, segundo uma lista provisória divulgada segunda-feira.
Entre as candidaturas aceites figuram as do Presidente cessante e e candidato independente, José Mairo Vaz; do ex-primeiro-ministro e candidato do Partido para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simoes Pereira, e do ex-primeiro-ministro e candidato do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G-15), Umaro Sissoko Embalo.
O candidato da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné Bissau (APU-PDGB), Nuno Gomes Na Biam, bem o ex-primeiro-ministro e candidato independente Carlos Gomes Júnior, figuram igualmente entre os validados.
A candidatura deste último é objeto de contestação pela maioria dos oficiais do Exército e uma boa parte da população que o acusam de ter uma responsabilidade na instabilidade conhecida pelo país nos últimos 10 anos.
Regressou recentemente do exilo, em Portugal, onde se refugiou há sete anos depois de ter sido destituído por um golpe de Estado, antes da segunda volta de eleições presidenciais em era amplamente dado como vencedor.
Desde o seu regresso ao país, tem sido discreto em relação à coisa política, saindo do silêncio apenas nas vésperas da campanha às presidenciais, para anunciar a sua candidatura.
Segundo a lei eleitoral guineense, os sete candidatos rejeitados dispõem de cinco dias para apresentar objeções e adaptar a sua documentação, sendo que todos eles são candidatos independentes, incluindo uma mulher.
Alguns observadores consideram estes "perturbadores" como meros "testas de ferro" de alguns graúdos que querem desempenhar o papel de desestabilizador nos bastiões onde este ou aquele opositor é bastante forte.
Desde a Independência, em 1975, a Guiné-Bissau conheceu apenas dois grandes eleitorados, designadamente o dos pró-PAIGC, o partido que libertou o país da colonização portuguesa, e o dos balantas, a etnia maioritária do país.
É este eleitorado balanta que permitiu a Kumba Yalá, líder do Paritdo da Renovação Social (PRS), ser eleito em janeiro de 2000 à frente do país.
Obteve mais de 72 porcento dos votos, na segunda volta, tornando-se assim no primeiro Presidente da República da Guiné-Bissau não saído do PAIGC.
Para vários observadores, apesar do bom desenrolar das legislativas de 10 de março passado, a Guiné-Bissau ainda luta para sair da crise que atravessa desde a exoneração, em agosto de 2015, pelo atual Presidente José Mario Vaz, do primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC.
Depois das últimas legislativas, o Presidente Vaz recusou-se a nomear Preira como primeiro-ministro, contrariando a exigência da maioria parlamentar, saída do escrutínio.
Finalmente, preferiu reconduzir, em junho passado, o chefe do Governo de consenso saído de uma mediação regional, em 2018, Aristides Gomes, também responsável do PAIGC.
As próximas eleições presidenciais cuja primeira volta está prevista para 24 de novembro é um sufrágio que vais determinar o futuro imediato da Guiné-Bissau.
-0- PANA MAD/TBM/MAR/IZ 15out2019