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Tribunal Militar arquiva acusações contra ex-chefe da Marinha na Guiné-Bissau

Bissau- Guiné-Bissau (PANA) -- O Tribunal Militar da Guiné-Bissau arquivou, provisoriamente, a acusação contra o ex-chefe da Marinha, Américo Bubo Na Tchuto, indiciado por tentativa de golpe de Estado contra o falecido Presidente João Bernardo "Nino" Vieira, soube a PANA quarta-feira em Bissau.
Segundo o advogado Pedro Infanda, a decisão do arquivamento provisório das acusações contra Bubo Na Tchuto foi comunicada terça-feira ao coletivo de causídicos que defendem o militar, mas que, até ao arquivamento definitivo do processo, o oficial "não tomará nenhuma medida".
"Aguardamos pelo normal desenrolar do processo.
Ou seja, vamos aguardar pelo prazo previsto na lei, isto é oito dias após este pronunciamento do Tribunal, para que Bubo Na Tchuto se ponha à disposição do Estado-Maior" das Forças Armadas, declarou Pedro Infanda.
Para Pedro Infanda, se o Tribunal vier a confirmar o arquivamento definitivo do processo contra Bubo Na Tchuto, este não irá tomar "nenhuma medida de retaliação contra quem quer que seja".
"A ter que o fazer será sempre contra o Estado guineense, mas nunca contra pessoas", defendeu Pedro Infanda, para quem Bubo Na Tchuto terá que respeitar a lei.
Por várias vezes, Bubo Na Tchuto admitiu regressar à chefia da Armada guineense, alegando não ter sido exonerado do cargo de chefe do Estado-Maior daquele ramo das Forças Armadas do país.
"Ele vai colocar-se à disposição do Estado-Maior e do Presidente da República, na qualidade de comandante-em-chefe das Forças Armadas.
Pode ser readmitido nas suas funções ou simplesmente nomeado para novas funções, mas sempre obedecendo à lei", acrescentou Pedro Infanda.
Em Agosto de 2008, ainda chefe da Armada guineense, Bubo Na Tchuto foi acusado, pelo então chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Tagmé Na Waié, de pretender liderar um golpe de Estado para destituir e prender o Presidente Nino Vieira.
Na sequência destas acusações, Na Tchuto foi suspenso das suas funções e refugiou-se na Gâmbia, onde esteve exilado durante cerca de dois anos.
Em finais de Setembro de 2009, ele regressou à Guiné-Bissau onde se refugiou- se nas instalações da Nações Unidas, em Bissau, que abandonou a 1 de Abril.