Agência Panafricana de Notícias

Tribunal Arbitral de Desporto chumba recurso de Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, sigla francesa), sedeado na Suíça, não deu provimento ao recurso apresentado pela Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) contra a decisão da Federação Internacional de Futebol (FIFA de atribuir uma derrota a Cabo Verde no jogo contra a Tunísia, apurou a PANA, sábado, na cidade da Praia de fonte desportiva.

O jogo em causa conta para a última jornada do grupo B do apuramento africano ao Mundial 2014 que os Tubarões Azuis (equipa nacional cabo-verdiana) venceram em campo por 2-0, de acordo com a fonte.

O anúncio da decisão do TAS, a mais alta instituição para a resolução de conflitos desportivos, foi feito pelo presidente da FCF, Mário Semedo, em conferência de imprensa, na capital cabo-verdiana.

Mário Semedo revelou que o TAS confirmou as decisões tomadas, tanto pelo Comité de Disciplina quanto pela Comissão de Recursos da FIFA, de afastar Cabo Verde da competição por a sua equipa ter utilizado, na partida realizado, a 06 de setembro passado, no Estádio Olímpico de Rades, em Túnis, o defesa Fernando Varela que ainda devia cumprir mais dois jogos de suspensão dos quatro que lhe haviam sido infligidos por ter sido expulso no jogo com a Guiné-Equatorial.

O presidente do FCF disse que a instância não deu provimento à reclamação, apesar de ter reconhecido que a FIFA “falhou ao colocar informações erradas no site”, onde efetivamente o nome de Fernando Varela não constava da lista dos jogadores suspensos.

Mário Semedo lembrou que, foi com base nessas informações, a equipa técnica decidiu fazer entrar em campo o referido jogador, na segunda parte do desafio, quando os Tubarões Azuis já venciam o adversário por duas bolas sem resposta.

O dirigente cabo-verdiano denunciou ainda o facto de a decisão do TAS ter sido assinada apenas por um membro ao contrário do que estabelecem os estatutos do tribunal.

No entanto, o presidente da FCF reconheceu, também, ter havido falhas internas, que não detalhou, mas garantiu que “serão tiradas as devidas ilações” deste episódio que deitou por terra o sonho de todo uma nação que já acreditava na hipótese de ver a sua equipa participar, pela primeira vez, numa fase final de um campeonato do mundo de futebol.

Mário Semedo garantiu, entretanto, que não apresentar o pedido de demissão do cargo, reiterando estar disposto a levar o seu mandato até ao fim em 2015.

O presidente do FCF, no cargo desde de 2009, não deixou também de manifestar o seu desagrado em relação às críticas feitas à sua instituição que, segundo ele, foram "demasiado graves contra pessoas que trabalham com muito esforço a favor do futebol”.

Para ele, o caso foi demasiadamente empolado “quando há situações mais graves do que esta no país”.

Mário Semedo diz estar inconformado com a decisão do TAS, mas de consciência tranquila e com convicção profunda de que, desportiva e judicialmente, as decisões finais deveriam ter sido totalmente opostas.

“Tudo fizemos, aliás, como sempre, para defender o nosso país e o nosso futebol. Este caso, desagradável, foi uma situação difícil para todos nós, sobretudo para nós que trabalhámos arduamente para que hoje a seleção fosse tão admirada pelos Cabo-verdianos”, disse o responsável.

-0- PANA CS/DD 03fev2014