Três suspeitas de Covid-19 aguardam resultados de análises em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - As três pessoas suspeitas de estarem infetadas com o Covid-19, em Cabo Verde, vão aguardar, em quarentena, os resultados das análises mandadas efetuar, em Portugal, apurou a PANA quinta-feira, na cidade da Praia.
Em conferência de imprensa, na capital cabo-verdiana, o diretor nacional da Saúde de Cabo Verde, Artur Correia, revelou que os três indivíduos estão em quarentena nos hospitais centrais da Praia e de São Vicente, enquanto aguardam pelo resultado definitivo dos testes.
Trata-se um cidadão cabo-verdiano, na ilha de São Vicente, e que esteve recentemente em Itália, e duas turistas portuguesas, na cidade da Praia.
Segundo Correia, o Cabo-verdiano, de 49 anos, esteve de visita à Itália recentemente e começou a sentir sintomas que apontam para infeção por Covid-19, na quarta-feira, 11.
Já as turistas portuguesas, uma de 32 anos e outra de 26, que são naturais de cidade do Porto, onde se regista o maior número de casos do coronavírus, em Portugal, apresentaram sinais de estarem infetados com coronavírus, logo à chegada a Cabo Verde.
Segundo Artur Correia, estes casos foram detetados através do sistema de vigilância, Linha Verde (8001112), recentemente instalado, para o efeito, pelas autoridades sanitárias do país.
“Fomos contactados pelos próprios e, imediatamente, ativámos todas as medidas necessárias para o transporte e isolamento dos doentes nos dois hospitais”, disse Artur Correia.
Ele esclareceu que as duas Portuguesas chegaram a Cabo Verde, no passado domingo, e só apresentaram sintomas terça-feira e comunicaram quarta-feira às autoridades sanitárias, que no próprio dia procederam ao seu internamento nos quartos de isolamento preparados para o efeito no hospital central da Praia.
No caso do suspeito na ilha de São Vicente, ele chegou no dia 10 de março da Itália, mas só na quarta-feira começou a sentir os sintomas, tendo também sido internado no hospital local, onde se encontra em quarentena.
O paciente aguarda o resultado das análises que serão feitas, em Portugal, uma vez que ainda não existem, em Cabo Verde, laboratórios para detetar o Covid-19.
Para as duas pacientes portuguesas, as amostras recolhidas e enviadas para análise no Instituto Nacional de Saúde Pública Doutor Ricardo Jorge, em Lisboa, deverão apresentar resultados até amanhã, sexta-feira, 13.
As análises recolhidas ao caso suspeito na ilha de São Vicente devem seguir ainda esta quinta-feira para Lisboa.
Artur Correia acrescentou que foi ativado o estado de "risco iminente", estando em curso um levantamento das pessoas com quem estes três casos suspeitos contataram em Cabo Verde.
Até ao momento, Cabo Verde não registou qualquer caso confirmado da epidemia de Covid-19, provocada por um novo coronavírus e que foi elevada à classificação de pandemia, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), na quarta-feira.
O primeiro caso suspeito de infeção pelo coronavírus, na pessoa do escritor Germano Almeida, no seu regresso de uma viagem a Portugal, deu resultado negativo, após exames feitos no laboratório do Instituto Ricardo Jorge, na capital portuguesa.
Em Portugal, Germano Almeida terá provavelmente contactado com o escritor chileno Luis Sepúlveda diagnosticado com o Covid-19.
Entretanto, o ministro cabo-verdiano da Saúde garantiu que o país vai passar a realizar testes de despiste do novo coronavírus, após análises do primeiro e único caso suspeito, que deu negativo, ter sido efetuado no Instituto Ricardo Jorge, em Lisboa, Portugal.
“Contamos que até ao final da segunda semana do mês de março o Laboratório Nacional de Virologia já terá capacidade para realizar o teste para o coronavírus”, perspetivou Arlindo do Rosário.
O governante falava em conferência de imprensa, na cidade da Praia, para dar a conhecer os resultados negativos do primeiro e único caso suspeito de infeção, na ilha de São Vicente.
O ministro da Saúde disse que o laboratório de virologia, situado no Instituto Nacional de Saúde Pública, na cidade da Praia, estava preparado sobretudo para as arboviroses, como zika ou dengue, mas que, por se tratar de um novo vírus, teria que haver uma atualização em termos de preparação.
-0- PANA CS/IZ 12março2020