Agência Panafricana de Notícias

Três chefes da rebelião centro-africana esperados no Gabão

Paris, França (PANA) - Três altos responsáveis da rebelião centro-africana são aguardados segunda-feira em Libreville, a capital gabonesa, onde deverão iniciar negociações sobre a crise centro-africana , indicou à PANA uma fonte próxima dos rebeldes Séléka (aliança na língua nacional sango).

Um avião especial que transporta Michel Djotodia, da União das Forças Democráticas para a Coligação (UFDR), Christophe Gazam Betty, chefe dos Assuntos Políticos e Diplomáticos da Convenção dos Patriotas para a Justiça e Paz (CPJP), e Moussa Mohamed Dhaffane, do Conselho Patriótico para a Salvação do Kodro (CPSK), deveria deixar segunda-feira N´Djamena para Libreville.

As negociações intercentro-africanas deveriam arrancar segunda-feira à noite por uma sessão pleniária agrupando todos os atores da crise centro-africana e representantes da oposição não armada em redor do Presidente congolês, Denis Sassou N´Guesso, designado facilitador pela Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC).

Segundo um membro da sua delegação, os rebeldes centro-africanos pretendem colocar na mesa das negociações a partida do Presidente centro-africano, François Bozizé, e a instauração duma autoridade de transição.

O chefe do Estado centro-africano reafirmou, por seu turno, a sua vontade de permanecer no poder até o fim do seu mandato atual em 2016, prometendo a formação dum Governo de União Nacional e a análise das outras reivindicações da Séléka, nomeadamente a aplicação dos acordos intercentro-africanos de 2008.

Notando a estabilização da situação militar, França exortou as partes centro-africanas a contribuir para uma resolução política duradoura da crise que atravessa o seu país.

"A negociação impõe-se mais do que nunca. Apelamos às partes a responder sem demora ao convite da Comunidade Económica dos Estados da África Central para iniciar negociações de paz previstas em Libreville", insistiu no final da semana passada em Paris o Ministério francês dos Negócios Estrangeiros.

A Organização Internacional da Francofonia (OIF) encorajou igualmente a organização sem demora dum diálogo político tomando em conta os elementos suscetíveis de garantir a paz e a construção democrática duradouras na República Centro Africana.

Depois duma ofensiva relâmpago, a rebelião Séléka tomou o controlo de várias prefeituras do país, obrigando as Forças Armadas Centro Africanas (FACA) a retirar-se em debandada.

A progressão da rebelião para Bangui foi bloqueada em Damarra, a cerca de 75 quilómetros da capital centro-africana, pela Força Internacional Africana na RCA (FOMAC) apoiada por um contingente tchadiano de cerca de 400 homens.

-0- PANA SEI/JSG/MAR/TON 7jan2013