Transportadora aérea cabo-verdiana inicia voos diretos para Washington
Praia, Cabo Verde (PANA) – A transportadora aérea Cabo Verde Airlines (CVA) iniciou, domingo voos diretos para Washington, no âmbito da expansão internacional da companhia que pretende transformar o arquipélago em ponto de ligação entre África, Américas e Europa.
Os voos diretos da CVA terão três ligações semanais, aos domingos, às quartas e às sextas-feiras com partida da ilha do Sal, e às segundas, quintas-feiras e sábados, a partir da capital norte-americana.
Todos os voos terão ligação à ilha do Sal, hub internacional da Cabo Verde Airlines de onde será possível fazer ligação aos destinos da companhia em Cabo Verde, no Brasil (Fortaleza, Recife e Salvador), Senegal (Dakar), Nigéria (Lagos) e Europa (Lisboa, Paris, Milão e Roma).
Além das conexões ao hub na ilha do Sal, o programa Stopover da Cabo Verde Airlines permite a estadia de até sete dias, em Cabo Verde, e assim explorar as diversas experiências no arquipélago, sem custo adicional nas passagens aéreas.
Esta nova ligação procura reforçar a presença da companhia no mercado norte-americano. A Cabo Verde Airlines decidiu, ainda, reforçar as ligações a Boston, com mais um voo por semana, que começará a operar a partir de 14 de dezembro.
O ministro cabo-verdiano do Turismo e Transportes, José Gonçalves, afirmou que a inauguração dos voos da CVA para Washington marca o arranque "de forma estruturante" do 'hub' aéreo na ilha do Sal.
O governante frisou ainda que o país está a iniciar "uma nova etapa", após mais de 30 anos com voos regulares da então companhia aérea pública, TACV, para os Estados Unidos, mais concretamente para Boston.
"Inicia-se uma nova era na relação de Cabo Verde com os Estados Unidos", completou José Gonçalves, que sublinhou o facto de um dos passageiros do voo inaugural ser o embaixador dos Estados Unidos em Cabo Verde, John Jefferson Daigle.
"Cabo Verde está muito bem posicionado. Temos as condições estabelecidas em termos de infraestruturas no país, com quatro aeroportos certificados, dois dos quais o último ponto de partida para os Estados Unidos, um quadro regulador sólido e bem reconhecido internacionalmente, e a nossa companhia que goza de certificação para viajar diretamente para os Estados Unidos", enfatizou o governante.
O ministro e o embaixador foram dois dos 35 passageiros do voo inaugural da Cabo Verde Airlines para Washington, que contou igualmente com outras entidades governamentais e empresários cabo-verdianos.
Para o presidente executivo da CVA, Jens Bjarnason, o voo do Sal para Washington, que será realizado três vezes por semana, enquadra-se na estratégia de fazer de Cabo Verde um 'hub', ligando América do Sul, Europa, África e a América do Norte.
"Hoje é um ponto de partida para dar às pessoas a oportunidade de viajar de forma mais conveniente e mais depressa entre a África Ocidental e os Estados Unidos", frisou Bjarnason, para quem esta é uma oportunidade de viagem para os Cabo-verdianos, mas também para os Africanos e os Norte-americanos explorarem Cabo Verde.
Depois de Washington, na segunda-feira, a CVA inaugura voos para Lagos (Nigéria), cinco vezes por semana, e na quarta-feira para Porto Alegre (Brasil), duas vezes por semana.
Jens Bjarnason avançou que, depois de um adiamento, a CVA ainda continua com planos para viajar para Luanda (Angola), bem como outros destinos na África Ocidental.
Apesar de destacar a "grande conexão" com Lisboa, o presidente disse ainda que a CVA também está a analisar a possibilidade de operar a partir de outras cidades de Portugal, incluindo o Porto.
Mais tarde, acrescentou, a companhia aérea pretende viajar para Toronto, no Canadá.
Em março deste ano, o Estado de Cabo Verde vendeu 51 por cento da TACV por 1,3 milhão de euros à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70 por cento pela Loftleidir Icelandic EHF e em 30 por cento por empresários islandeses com experiência no setor da aviação.
Os restantes 49 por cento do capital social da antiga TACV está a ser vendido aos trabalhadores e aos emigrantes cabo-verdianos (10%) e aos investidores institucionais (39%), num processo de privatização que o Governo prevê concluir até final do ano.
A TACV assegurava voos domésticos, que foram abandonados no âmbito do processo de privatização, passando as ligações aéreas entre ilhas a serem asseguradas apenas pela companhia Binter, que mudou de nome para Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV).
A companhia aérea, agora com o nome de Cabo Verde Airlines, retomou os voos domésticos, entre ilhas, através de uma parceria com as portuguesas Lease-Fly e Newtour, garantindo assim a conetividade ao 'hub' na ilha do Sal, de onde opera grande parte dos voos internacionais.
A frota atual da CVA é composta por três Boeing 757-200, mas a companhia prevê reforça-la em breve com outros dois aviões do mesmo tipo.
-0- PANA CS/IZ 10dez2019