Trabalho infantil afeta 4,2 % de crianças em Cabo Verde, diz INE
Praia, Cabo Verde (PANA) - O trabalho infantil afeta 4,2 por cento das crianças cabo-verdianas, entre os cinco e 17 anos de idade, sendo que 2,5 por cento delas trabalham em condições perigosas, apurou a PANA de fonte segura.
Segundo dados dum inquérito apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), num trabalho conjunto com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), a maioria do trabalho infantil em Cabo Verde corresponde a atividades de produção das famílias para uso próprio, exercidas de forma perigosa, ou seja, durante longas horas ou sob excessiva carga física.
No panorama hoje apresentado, a maioria do trabalho infantil corresponde a atividades de produção das famílias para uso próprio e exercidas de forma perigosa, ou seja, durante longas horas ou sob excessiva carga física.
Os dados revelam também que mais de 80 por cento das famílias em que há trabalho infantil têm mais de quatro pessoas (41,4 por cento dos agregados têm mais de seis pessoas).
No entanto o inquérito mostrou que, apesar de a prática ser ilegal e comprometer a saúde e educação, quase 100 por cento das crianças no país afetadas continuam a frequentar um estabelecimento de ensino.
Na cerimónia de apresentação do estudo, o ministro de Estado da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire, disse que "é preciso prevenir que o costume do trabalho infantil prevaleça, reconhecendo a responsabilidade do Estado no ataque à pobreza, para que não seja argumento para as crianças trabalharem."
O governante anunciou, também, a abertura de 11 centros, durante este ano, financiados pelo Fundo de Proteção Social (Fundo Mais) em diferentes ilhas, para manter as crianças ocupadas todo o dia.
O objetivo, garantiu, é acabar com o trabalho infantil em Cabo Verde até 2030, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
-0- PANA CS/DD 08fev2024