Agência Panafricana de Notícias

Trabalhadores petrolíferos suspendem greve no Gabão

Libreville, Gabão (PANA) - Os trabalhadores petrolíferos do Grupo petrolífero Schlumberger-Gabão suspenderam a sua greve iniciada há mais de uma semana, de acordo com um comunicado da Organização Nacional dos Trabalhadores Petrolíferos (ONEP) publicado domingo.

"A greve não foi levantada mas foi suspensa. Em caso de bloqueio, não hesitaremos em prosseguí-la", advertiu o secretário-geral da ONEP, Guy-Roger Aurat Reteno, citado no comunicado.

Ele disse que a decisão de suspender a greve foi tomada no termo de uma assembleia geral realizada em Port-Gentil, a 144 qullómetros a sudoeste de Livreville, a fim de favorecer negociações com o Governo gabonês que prosseguem esta segunda-feira.

A ONEP (principal sindicato do setor), sublinhou, reclama pela demissão do diretor-geral de Schlumberger-Gabão, Philippe Guerendel, e do seu diretor dos Recursos Humanos, Welid Benlagha, que cumulativamente exercem respetivamente as mesmas funções na Companhia de Operações Petrolíferas Schlumberger (COPS).

No final das preliminares das negociações organizadas a 9 de março corrente em Libreville com o Governo gabonês, a ONEP declarou-se satisfeita com a reação deste último às suas reivindicações, nomeadamente a demissão do diretor-geral e do diretor dos Recursos Humanos por desrepeito da lei laboral gabonesa.

Aurat Reteno congratulou-se ainda com a conclusão, naquela ocasião, de um acordo para a reitegração, dentro de oito dias, de 15 empregados despedidos por causa da greve, bem comno com a garantia da melhoria das condições de admissão dos trabalhadores estrangeiros no Gabão.

Além disto, disse, a autorização de recrutamento foi tirada a Philipe Guerendel e a Welid Benlagha, ambos de nacionalidade francesa, que devem ser repatriados.

No quadro da melhoria das condições de trabalho, as empresas petrolíferas devem doravante transmitir, cada seis meses, as listas dos empregados ao Ministério gabonês do Emprego.

Iniciada há mais de uma semana, a greve dos trabalhadores petrolíferos no Gabão provocou sérios transtornos, nomeadamente a raridade de combustível e de táxis em Libreville, a capital do país, e em Port-Gentil.

Em abril de 2011, um movimento similar durou quatro dias, tendo resultado na perda de 60 biliões de francos CFA (mais de 118 milhões de dólares americanos) aos cofres do Estado gabonês, dos quais cerca de 60 a 70 porcento das suas receitas orçamentais provêem do petróleo.

-0- PANA LAW/JSG/MAR/TON 18mar2013