Trabalhadores humanitários na Etiópia receiam agravação da situação em Tigré
Addis Abeba, Etiópia (PANA) - As Nações Unidas e os parceiros humanitários exprimiram, na quinta-feira, a sua profunda preocupação com a situação de quase 500 mil pessoas e mais de 200 trabalhadores humanitários, em Mekelle, capital da província do norte da Etiópia, onde o Exército etíope lançou a fase final de uma "operação de manutenção da ordem", na cidade.
O Gabinete dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) indicou que se receava de que milhares de pessoas na região de Tigré foram deslocadas e algumas ficaram feridas, enquanto muitas não têm acesso à assistência de base devido à interrupção do comércio e das transferências, à insegurança, à falta de comunicação e à falta de combustível e dinheiro para aceder aos mercados.
“A verificação das necessidades é um desafio devido a uma falha de comunicação e à falta de acesso à região”, disse a OCHA na sua atualização semanal da situação.
O ACNUR e os seus parceiros no Sudão alertaram sobre a necessidade urgente de mais locais para a instalação dos refugiados, já que o campo Um Rakuba, no estado de Gedaref, atingiu a sua capacidade máxima de 10.000 pessoas.
Mais de 45.600 recém-chegados solicitaram asilo no leste do Sudão, desde a 7 de novembro.
As Nações Unidas e os parceiros humanitários reconhecem o engajamento declarado do Governo Federal da Etiópia em garantir que a assistência humanitária seja disponibilizada às pessoas afetadas e apelam o acesso humanitário incondicional, total e imediato às pessoas afetadas.
Depois da operação do Governo, em Mekelle, atores humanitários relataram um aumento no número de deslocados e feridos.
Segundo a imprensa e as fontes humanitárias, a segurança de mais de 500.000 pessoas que vivem na cidade e o bem-estar da população que depende da água não tratada para sobreviver devido aos danos e destruição da infraestrutura hídrica, causam cada vez mais preocupações.
De acordo com o Comité Internacional do Crescente Vermelho, várias pessoas vivem em acampamentos improvisados sem comida, água ou cuidados médicos e temem pelas suas vidas devido à contínua insegurança na região.
Vários outros fugiram as suas casas, abandonando as suas plantações e arriscando à insegurança alimentar devido à falta de acesso a produtos básicos.
Os hospitais e centros de saúde primários no norte da Etiópia, dentro e ao redor de áreas que sofreram intensos combates, precisam urgentemente de fornecimentos médicos adicionais, declarou o OCHA.
-0- PANA AO/AR/BAI/TBM/MAR/IZ 03dez2020