PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Trabalhadores da Radiotelevisão Cabo-verdiana contestam novo CA da empresa
Praia, Cabo Verde (PANA) - Os trabalhadores da Radiotelevisão Cabo-verdiana (RTC), que cumpriram sexta-feira o último dia de uma greve de dois dias, manifestam-se desagradados com a composição do novo Conselho de Administração (CA) da empresa anunciado pelo Governo, apurou a PANA no fim de semana na cidade da Praia.
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Ruis Semedo, que tutela o setor da Comunicação Social, revelou que o novo CA será liderado pelo economista Emanuel Moreira e integrado por Eugénio Martins, com formação na área da Comunicação Social, e pela jurista Edna Moreira.
Em comunicado de imprensa, o coletivo da RTC acusa o Governo de continuar a privilegiar a “confiança política”, em detrimento da “competência técnica” para dirigir a maior empresa pública de comunicação social do país.
Neste sentido, o comunicado condena a nomeação de "sujeitos que exercem cargos políticos para gerir uma empresa com responsabilidades de informar com isenção e imparcialidade".
Referindo-se concretamente a Eugénio Martins, antigo diretor-geral da Comunicação Social, o comunicado considera que ele não tem "o perfil adequado para desempenhar as funções de administrador da empresa de Rádio e Televisão Cabo-verdiana", por não ter estado “à altura dos desafios do setor quando da anterior função”.
"Os trabalhadores sentem-se defraudados com a escolha da pessoa em causa, uma vez que o presidente da Mesa da Assembleia Geral da RTC, afirmou sexta-feira à noite, publicamente, que um dos administradores seria um técnico da comunicação social, conhecedor da área e da casa", escrevem os trabalhadores no comunicado.
O coletivo da RTC lança, por isso, um apelo ao Governo para que a escolha seja reconsiderada, "pois defende que é chegado o momento de se apostar em critérios como mérito e competência na nomeação dos gestores da maior empresa de comunicação social do país".
O novo CA, de acordo com Rui Semedo, deverá tomar posse e assumir funções nos próximos dias, substituindo a equipa liderada por Horácio Soares e integrada por Alcides Horta e Álvaro Ludgero Andrade, demitida na sequência de acusações de má gestão e de uma greve de dois dias dos trabalhadores, que terminou à meia-noite de sexta-feira.
O indigitado presidente Emanuel Moreira desempenhou, até a pouco tempo, o cargo de diretor-geral das Contribuições e Impostos, enquanto Eugénio Martins desempenha atualmente as funções de diretor do gabinete da ministra das Infraestruturas e Economia Marítima, depois de ter exercido durante vários anos o cargo de diretor-geral da Comunicação Social.
O terceiro elemento indigitado para o novo CA da RTC, a jurista Edna Moreira, já trabalhou na Administração Pública e na Cabo Verde Investimentos (CI) e, mais recentemente, numa empresa privada do ramo da construção onde se ocupava da gestão financeira.
Os trabalhadores da RTC iniciaram, quinta-feira, uma greve de 48 horas, depois de não terem chegado a um entendimento com o atual CA da empresa sobre um conjunto de reivindicações feitas nos últimos dias, na sequência de mais um atraso registado no pagamento dos salários.
O pré-aviso de greve foi entregue, na véspera, ao CA da RTC, pelos presidentes do Sindicato de Transportes, Telecomunicações, Hotelaria e Turismo (SITHUR), Carlos Lopes, e da Associação Sindical do Jornalistas de Cabo Verde (AJOC), Carla Lima, as duas organizações sindicais que representam os trabalhadores da maior empresa de comunicação social no arquipélago.
Os sindicatos decidiram partir para a greve apesar da administração da RTC já ter pago os salários em atraso referentes ao mês de setembro, situação que esteve inicialmente na origem desta luta dos trabalhadores das estações de rádio e televisão públicas.
Contudo, o CA não deu garantias de que vai pôr fim aos sucessivos atrasos no pagamento de salários, tão-pouco se comprometeu a tomar medidas para ultrapassar a alegada falta de investimento na infraestrutura tecnológica.
Segundo os representantes dos trabalhadores, esta situação "tem estado a ter repercussão na degradação da qualidade do sinal, tanto da rádio como da televisão em vários pontos do país".
-0- PANA CS/IZ 19out2012
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Ruis Semedo, que tutela o setor da Comunicação Social, revelou que o novo CA será liderado pelo economista Emanuel Moreira e integrado por Eugénio Martins, com formação na área da Comunicação Social, e pela jurista Edna Moreira.
Em comunicado de imprensa, o coletivo da RTC acusa o Governo de continuar a privilegiar a “confiança política”, em detrimento da “competência técnica” para dirigir a maior empresa pública de comunicação social do país.
Neste sentido, o comunicado condena a nomeação de "sujeitos que exercem cargos políticos para gerir uma empresa com responsabilidades de informar com isenção e imparcialidade".
Referindo-se concretamente a Eugénio Martins, antigo diretor-geral da Comunicação Social, o comunicado considera que ele não tem "o perfil adequado para desempenhar as funções de administrador da empresa de Rádio e Televisão Cabo-verdiana", por não ter estado “à altura dos desafios do setor quando da anterior função”.
"Os trabalhadores sentem-se defraudados com a escolha da pessoa em causa, uma vez que o presidente da Mesa da Assembleia Geral da RTC, afirmou sexta-feira à noite, publicamente, que um dos administradores seria um técnico da comunicação social, conhecedor da área e da casa", escrevem os trabalhadores no comunicado.
O coletivo da RTC lança, por isso, um apelo ao Governo para que a escolha seja reconsiderada, "pois defende que é chegado o momento de se apostar em critérios como mérito e competência na nomeação dos gestores da maior empresa de comunicação social do país".
O novo CA, de acordo com Rui Semedo, deverá tomar posse e assumir funções nos próximos dias, substituindo a equipa liderada por Horácio Soares e integrada por Alcides Horta e Álvaro Ludgero Andrade, demitida na sequência de acusações de má gestão e de uma greve de dois dias dos trabalhadores, que terminou à meia-noite de sexta-feira.
O indigitado presidente Emanuel Moreira desempenhou, até a pouco tempo, o cargo de diretor-geral das Contribuições e Impostos, enquanto Eugénio Martins desempenha atualmente as funções de diretor do gabinete da ministra das Infraestruturas e Economia Marítima, depois de ter exercido durante vários anos o cargo de diretor-geral da Comunicação Social.
O terceiro elemento indigitado para o novo CA da RTC, a jurista Edna Moreira, já trabalhou na Administração Pública e na Cabo Verde Investimentos (CI) e, mais recentemente, numa empresa privada do ramo da construção onde se ocupava da gestão financeira.
Os trabalhadores da RTC iniciaram, quinta-feira, uma greve de 48 horas, depois de não terem chegado a um entendimento com o atual CA da empresa sobre um conjunto de reivindicações feitas nos últimos dias, na sequência de mais um atraso registado no pagamento dos salários.
O pré-aviso de greve foi entregue, na véspera, ao CA da RTC, pelos presidentes do Sindicato de Transportes, Telecomunicações, Hotelaria e Turismo (SITHUR), Carlos Lopes, e da Associação Sindical do Jornalistas de Cabo Verde (AJOC), Carla Lima, as duas organizações sindicais que representam os trabalhadores da maior empresa de comunicação social no arquipélago.
Os sindicatos decidiram partir para a greve apesar da administração da RTC já ter pago os salários em atraso referentes ao mês de setembro, situação que esteve inicialmente na origem desta luta dos trabalhadores das estações de rádio e televisão públicas.
Contudo, o CA não deu garantias de que vai pôr fim aos sucessivos atrasos no pagamento de salários, tão-pouco se comprometeu a tomar medidas para ultrapassar a alegada falta de investimento na infraestrutura tecnológica.
Segundo os representantes dos trabalhadores, esta situação "tem estado a ter repercussão na degradação da qualidade do sinal, tanto da rádio como da televisão em vários pontos do país".
-0- PANA CS/IZ 19out2012