Todos os dias, uma criança migrante morre ou é dada como desaparecida, diz ONU
Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) - Cerca de mil e 600 crianças morreram ou dadas como desaparecidas entre 2014 e 2018, ou seja uma média de quase uma por dia, mas muitas não são registadas, revela um novo relatório das Nações Unidas.
O relatório "Fatal Journeys 4", realizado pelo Centro Mundial de Análise de Dados sobre Migrações da Organização Internacional para as Migrações (GMDAC), em colaboração com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), foi publicado sexta-feira em Nova Iorque.
O relatório sublinha a necessidade de se obterem melhores dados sobre as mortes e os desaparecimentos de migrantes, especialmente crianças, um dos grupos mais vulneráveis.
"A falta de dados sobre a idade, as características e a vulnerabilidade das crianças migrantes desaparecidas cria sérias lacunas de proteção", lamentou Frank Laczko, o diretor do centro, considerando muito difícil criar programas e políticas para os proteger.
Durante o período de referência (2014-2018), a OIM informou que, dum total de 32 mil mortes de migrantes, mais da metade, cerca de 17 mil 900, morreu ou desapareceu no Mediterrâneo.
Os restos mortais de quase dois terços destas vítimas não foram encontrados, informou.
Os Rohingyas, que fogem de conflitos e perseguições em Mianmar constituem a grande maioria das mortes relacionadas com fluxos migratórios na Ásia do Sudeste durante o período período em apreço, ou seja mil 723 das dois mil 200 mortes, relacionadas com à migração na região.
O número de mortes por contrabando de migrantes, através da fronteira entre os Estados Unidos e o México, só aumenta em cada ano, desde 2014, atingindo mil 907 mortes no mesmo período.
O relatório foi publicado poucos dias depois de uma imagem chocante dum migrante centro-americano e sua filhinha afogados nas margens do rio que separava o México dos Estados Unidos ter sido vista no mundo inteiro.
A diretora do Fundo das Nações unidas para a Infância (UNICEF) descreveu a fotografia como "uma imagem impressionante que deverá abalar todos até ao centro", e pediu aos países que façam mais para protegerem migrantes vulneráveis.
A ação da OIM para as crianças faz parte dum amplo apelo à melhoria dos dados e da proteção das crianças migrantes, que envolve o UNICEF e outras instituições, incluindo i Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
-0- PANA MA/NFB/DIM/DD 29junho2019