Tensão persistente em Nouakchott após publicação de resultados eleitorais
Nouakchott, Mauritânia (PANA) – A Mauritânia continua numa situação muito tensa, quase 48 horas (desde domingo último) após a publicação dos resultados do escrutínio de 22 de junho corrente pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), que anunciou a vitória na primeira volta do candidato da maioria no poder, Mohamed Cheikh Ahmed Mohamed Ghazouani, com 52,01 porcento dos sufrágios expressos, notaram nesta terça-feira observadores.
Este general reformado, ex-chefe do Estado-Maior General e ex-ministro da Defesa, é um próximo colaborador do Presidente cessante, Mohamed ould Abdel Aziz, impedido de se candidatar pela Constituição que limita, a dois, o número de mandatos presidenciais.
A noite de segunda para terça-feiras foi marcada por confrontos entre as forças da ordem e militantes da Coligação Viver Juntos (CVE), que apoiam a candidatura de Kane Hamidou Baba, a que se seguiram numerosas detenções.
Kane Hamidou Baba acusa a Polícia “de ter invadido as instalações da sede do seu campo e saqueado material informático e móveis”.
Por sua vez, o candidato Biram Dah Abeid, opositor, denuncia "o cerco aos bairros habitados pelas populações negras” por elementos das forças da ordem.
Os quatro candidatos da oposição, designadamente Sidi ould Boubacar, ex-primeiro-ministro, Mohamed ould Maouloud da Coligação das Forças para uma Mudança Democrática, Biram Dah Abeid, líder antiesclavagista, e Kane Hamidou Baba afirmaram a sua determinação a “contestar os resultados do escrutínio por todos os meios legais”.
Apelaram a uma mobilização para quinta-feira próxima, diante da sede da Comissão Eleitoral, em Nouakchott
-0- PANA SAS/JSG/FK/DD 25junho2019