Agência Panafricana de Notícias

Tchad prossegue programa de reconstrução apesar da crise petrolífera

Bruxelas- Bélgica (PANA) -- Apesar da queda brutal do preço do petróleo, o Governo tchadiano prossegue sem interrupção o seu programa de reconstrução, com a abertura de novos poços de perfuração e a construção de estradas, escolas, universidades, hospitais e casas para responder às necessidades da população, afirmou, segunda-feira, o embaixador do Tchad na Bélgica e junto da União Europeia (UE), Maitine Djoumbé.
O embaixador falava por ocasião do 48º aniversário da independência do seu país e do 18º aniversário da chegada ao poder do Presidente Idris Deby Etno, diante de vários convidados incluindo diplomatas do Grupo dos Países de África, Caraíbas e Pacífico (ACP) e altos funcionários europeus e belgas.
Ele indicou que o Tchad dispõe, neste momento, de mil 270 quilómetros de estradas asfaltadas contra apenas 200 existentes à chegada ao poder de Deby, acrescentando que o país poderá, a este ritmo de construção, dispor de seis mil quilómetros de estradas asfaltadas dentro de três anos.
No plano político, disse o diplomata, o Tchad pratica a política de boa vizinhança, e não tem a intenção de conquistar ou de agredir um dos seus vizinhos.
Neste sentido, o embaixador congratulou-se com o restabelecimento das relações diplomáticas entre o seu país e o Sudão.
No domínio da política interna, ele reiterou o apelo do Presidente Idris Deby lançado aos "irmãos" da oposição armada para depor as armas, em conformidade com o acordo de Sirtes, assinado a 25 de Outubro de 2007.
À oposição democrática, ele lembrou o Acordo de 13 de Agosto de 2007 acompanhado dum roteiro com um caderno de encargos pormenorizado com vista às próximas eleições legislativas e presidenciais.
O embaixador Maitine Djoumbé disse que o seu país está globalmente satisfeito com a acção das tropas da operação EUFOR Tchad-RCA, que permitiram dissuadir as milícias Djansjawids provenientes do Sudão de semear a desolação nos campos de refugiados e deslocados.
A principal missão das tropas europeias é garantir a segurança de cerca de 12 campos de refugiados sudaneses e deslocados tchadianos e centroafricanos, que albergam pelo menos 600 mil sobreviventes.
Ele rejeitou qualquer preocupação, após a partida em Março próximo, dos cerca de quatro mil soldados da EUFOR, porque, explicou, as Forças de Defesa e Segurança do Tchad possuem capacidades para proteger o país contra insurrectos que possam vir dum país vizinho.
Sobre a Missão Civil da ONU no Tchad (MINURCAT) que deverá suceder à EUFOR, ele explicou que os agentes da ONU terão como tarefa instalar três cinturas de segurança em torno de cada campo de refugiados e deslocados.
Alguns países europeus que participam na EUFOR já anunciaram que os seus contingentes seriam mantidos no Tchad, no quadro da MINURCART.