Tailandês condenado em Angola a 7 anos de prisão por burla
Luanda, Angola (PANA) - A Justiça angolana condenou terça-feira a sete anos de prisão o cidadão tailandês Raveeroj Ritchotnean, por tentativa de burla ao Estado angolano no valor de 50 biliões de dólares americanos.
Raveeroj Ritchotnean foi julgado pelo Tribunal Supremo de Angola por tentar introduzir no sistema financeiro angolano um chefe falso de 50 biliões de dólares americanos, alegadamente destinados a financiar vários projetos, no país.
Num processo que ficou conhecido como "Burla à tailandesa" e em que se apresentava como um empresário tailandês de sucesso e renome mundial, Ritchotnean foi condenado juntamente com outros três corréus tailandeses e três angolanos.
Ele foi considerado como o líder do grupo, e os três compatriotas seus [Monthita Pribwai (esposa), Theeara Buapeng e Manin Wanitchanon] foram todos condenados a três anos de prisão cada, pelos crimes de associação criminosa e burla por defraudação.
Os Angolanos julgados no mesmo processo foram Celeste de Brito, condenada a dois anos de prisão; José Arsénio (sete meses) e Christian de Lemos (sete meses), sendo os dois últimos pelo crime de tráfico de influência, depois de absolvidos dos crimes de burla e associação criminosa.
No entender do Tribunal, Celeste de Brito cometeu os crimes de tráfico de influência e uso de documentos falsos e agiu como cúmplice dos corréus tailandeses nos crimes frustrados de associação criminosa e burla por defraudação.
Outro corréu angolano e antigo diretor da Unidade Técnica de Investimento Privado (UTIP), Norberto Garcia, bem como Million Isaac Haille (Eritreia) e André Roy (Canadá), foram absolvidos por "falta de provas".
O caso foi despoletado, em novembro de 2017, quando o Serviço de Investigação Criminal (SIC) a deteve um grupo de 10 pessoas denunciadas como suspeitas de tentarem defraudar o Estado angolano em cerca de 50 biliões de dólares americanos.
Os suspeitos teriam tentado negociar uma suposta operação de financiamento internacional proposta por uma presumível empresa tailandesa liderada por Raveeroj Ritchotneane e sua esposa, e destinada a vários projetos, em Angola.
Os indícios de fraude foram detetados no momento da abertura de uma sucursal, em Angola, ato que exigia a prova da existência do capital anunciado, o levou a exibir o cheque dos 50 biliões de dólares.
Os resultados preliminares das investigações do SIC deram conta da inexistência de qualquer linha de crédito da referida empresa, que viria a Angola a convite de Celeste de Brito e cujos elementos acabaram por permanecer, na capital angolana, Luanda, às expensas de José Arsénio.
Norberto Garcia, o ex-diretor da extinta UTIP, órgão de apoio técnico ao Presidente da República em matéria de investimento privado, no reinado de José Eduardo dos Santos, era também à data dos factos secretário para a Informação do partido no poder em Angola, MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola).
-0- PANA IZ 17abril2019