Agência Panafricana de Notícias

TPI procura responsáveis por massacres no Quénia em 2008

Nairobi- Quénia (PANA) -- O procurador do Tribunal Peinal Internacional, Luís Moreno Ocampo, prometeu sábado em Nairobi inculpar, antes do final de 2010, pelo menos três dos principais instigadores da violência pós- eleitoral no Quénia em 2008.
Ocampo pronunciou-se nestes termos durante uma conferência de imprensa logo depois de ter desembarcado em Nairobi sexta-feira à noite, proveniente da Argentina.
O procurador do TPI prometeu concluir, nos próximos dois meses, as investigações sobre a violência que custou a vida a mil 300 pessoas no Quénia.
Ele sublinhou que os inquéritos deverão ser retomados a partir de zero, e prosseguir durante aproximadamente seis meses a fim de pôr termo à impunidade no Quénia.
Ocampo frisou que as detenções e o julgamento dos responsáveis intermediários por estas violências ou cidadãos comuns no país serão confiados ao Governo queniano.
A onda da violência propagou-se após as eleições presidenciais controversas de Dezembro de 2007 no final das quais quer o actual Presidente da República (Mwai Kibaki) quer o seu então rival (o actual primeiro- ministro Raul Odinga) se declaravam cada um vencedor das mesmas.
"Estamos a recolher provas e ainda não temos nenhum suspeito", disse o procurador do TPI antes de acrescentar contar com declarações compiladas por Organizações Não Governamentais (ONG).
Ele sublinhou que o Quénia vai servir de exemplo para o mundo pois, disse, os crimes contra a humanidade devem ser punidos.
Na sua opinião, se se proceder assim, isto vai favorecer eleições pacíficas em 2012 no mesmo país.
"Daqui a um ano e meio, haverá cerca de 15 escrutínios em África e devemos fazer com que eles sejam pacíficos.
O Quénia deve servir de exemplo para que outros saibam que, quando se comete crimes, há julgamento em Haia, sede do TPI, nos Países-Baixos", concluiu Ocampo.