Agência Panafricana de Notícias

TPI avalia atrocidades cometidas no norte do Mali desde 2012

Bamako, Mali (PANA) – Uma missão do gabinete da procuradora do Tribunal Penal Internacional (TPI) está, desde segunda-feira, na capital maliana, Bamako, para avaliar todas as atrocidades cometidas no norte do Mali desde 2012, informou terça-feira a imprensa maliana.

Esta missão do TPI vai estudar as atrocidades cometidas no Mali desde janeiro de 2012, data do início das ações do Movimento Nacional para a Libertação do Azawad (MNLA) com o massacre perpetrado sobre dezenas de elementos do Exército maliano em Aguel-Hoc (região de Kidal).

A este evento, seguiu-se, dois meses mais tarde, o golpe de Estado de 22 de março de 2012 que precipitou a ocupação das regiões de Kidal, Gao e Tombouctou por grupos islamitas armados mas que vieram a ser expulsos, a partir de janeiro de 2013, pelas Forças francesas da operação "SERVAL" aliadas coligadas com Forças africanas e do Exército maliano.

O TPI respondeu favoravelmente a um pedido do Governo maliano, formulado em julho de 2012, para iniciar um inquérito sobre crimes de Direito Internacional cometidos desde janeiro de 2012, nomeadamente execuções extrajudiciais, violações sexuais, atos de tortura, desaparecimentos forçados e o recrutamento de crianças soldados.

Os recentes incidentes mortíferos surgidos entre 17 e 21 de maio último em Kidal serão também objeto de inquérito pelos investigadores da jurisdição internacional.

Durante a sua visita efetuada ao Mali em novembro de 2013, a procuradora do TPI, Fatou Ben Souda, indicou que os inquéritos preliminares abertos pelo TPI prosseguiam, embora ainda não permitissem identificar formalmente um suspeito.

A organização judicial internacional deseja assim, através desta missão, acelerar a perseguição contra os autores dos crimes de guerra e os cometidos contra a humanidade no Mali.

Segundo uma fonte próxima do dossiê, não está excluído que o caso do ex-chefe da junta militar, Amadou Haya Sanogo, seja reexaminado.

Ele é acusado, com vários outros militares, de ter executado os capacetes vermelhos (comandos), depois de um contra-golpe de Estado que estes último, próximos do regime destituído de Amadou Toumani Touré, tentaram contra a junta pertencente à corporação dos capacetes verdes.

-0 - PANA GT/BEH/IBA/CJB/IZ 27maio2014